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quinta-feira, 14 de setembro de 2023

O desenvolvimento da Doutrina Eucarística


A doutrina da Eucaristia, também conhecida como a doutrina da Santa Ceia ou da Comunhão, é um dos pilares centrais da teologia cristã. Ao longo da história da Igreja, houve diferentes interpretações e desenvolvimentos dessa doutrina, levando a diversas visões teológicas e práticas litúrgicas. Abaixo, apresento um resumo do desenvolvimento da doutrina sobre a Eucaristia em diferentes períodos:


1. Período Apostólico:

Nos Evangelhos e no Novo Testamento, Jesus é retratado instituindo a Eucaristia durante a Última Ceia com seus discípulos.

As palavras de Jesus "Isto é o meu corpo" e "Isto é o meu sangue" foram interpretadas como uma presença real de Cristo nos elementos da Eucaristia desde os primeiros tempos do cristianismo.


2. Período Patrístico (séculos I-V):

Os escritos dos Padres da Igreja dos primeiros séculos refletiam uma crença na presença real de Cristo na Eucaristia, embora a terminologia e a teologia variem.

Figuras como Justino Mártir, Irineu de Lyon e Cipriano de Cartago descreveram a Eucaristia como um sacramento de unidade e comunhão com Cristo e com a Igreja.


3. Período Medieval (séculos V-XV):

No século IX, a teologia da transubstanciação começou a ser formulada por teólogos como Paschasius Radbertus e posteriormente desenvolvida por Tomás de Aquino no século XIII. Essa doutrina afirma que, durante a consagração na Eucaristia, a substância do pão e do vinho se transforma na substância do corpo e do sangue de Cristo, permanecendo as aparências (acidentes) de pão e vinho.

A doutrina da transubstanciação foi oficialmente aceita como a posição oficial da Igreja Católica no Concílio de Trento (1545-1563) em resposta à Reforma Protestante.


4. Reforma Protestante (séculos XVI-XVII):

A Reforma Protestante trouxe diferentes visões sobre a Eucaristia. Martinho Lutero defendeu a doutrina da consubstanciação, que sustentava que o corpo e o sangue de Cristo estavam presentes juntamente com o pão e o vinho.

Ulrico Zuínglio defendia uma interpretação simbólica da Eucaristia, argumentando que o pão e o vinho representavam o corpo e o sangue de Cristo de forma puramente simbólica.

João Calvino propôs a ideia de presença espiritual de Cristo na Eucaristia, defendendo que a graça de Deus estava presente para os fiéis por meio da celebração da Ceia.


5. Época Moderna e Contemporânea:

O desenvolvimento teológico continuou entre as diversas tradições cristãs. Algumas igrejas protestantes mantiveram suas visões tradicionais, enquanto outras passaram por mudanças litúrgicas e teológicas em relação à Eucaristia.

Dentro do Catolicismo, houve debates e aprofundamentos teológicos, mas a doutrina da transubstanciação permaneceu como posição oficial da Igreja Católica Romana.

Hoje, a doutrina sobre a Eucaristia continua a ser um ponto central nas várias tradições cristãs, com diferentes interpretações e compreensões teológicas. A celebração da Eucaristia é um elemento fundamental do culto cristão, simbolizando a comunhão com Cristo e com a comunidade de fiéis.


Informações: Josemar Oliveira

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