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terça-feira, 28 de fevereiro de 2023

Ditadura da Nicarágua proíbe a Via Sacra nas ruas


A ditadura da Nicarágua, liderada por Daniel Ortega, proibiu a Via Sacra nas ruas do país, na mesma semana em que o ditador acusou a Igreja de ser uma “máfia ” .

Na quinta-feira, 23, e na sexta-feira, 24 de fevereiro, a mídia local noticiou que o governo havia proibido a Via Sacra, uma prática tradicional durante a Quaresma e a Semana Santa.

Segundo o jornal nicaragüense  La Prensa , o padre Winder Morales, da diocese de Granada, disse que “as Vias Sacras que tradicionalmente fazemos nas sextas-feiras da Quaresma só podem contornar a catedral”.

Uma fonte da Igreja em Manágua disse ao referido jornal que "depois da missa da quarta-feira de cinzas, as autoridades (polícia) chegaram para informar que não havia permissão, por motivos de segurança, para fazer a via-sacra".

O  jornal Nicaragua Actual publicou um áudio atribuído ao Bispo de León, Dom René Sándigo, explicando aos seus sacerdotes como deve ser realizada a Via Sacra.

“A autoridade já disse a muitos que a Via Crucis só pode ser feita dentro ou no átrio da igreja; para outros, ainda não”, aponta no áudio.

Com informações e fotografia: ACI ESP.

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2023

Tempo da Quaresma


1- Origem do Tempo da Quaresma?

O tempo quaresmal surgiu com a preparação para Páscoa. Antes de ter o formato como conhecemos hoje, a páscoa de Jesus era celebrada em um tríduo que relembrava a Paixão, Morte e Ressurreição do Senhor. Iniciando na sexta-feira e terminando na Páscoa semanal do domingo.

2- Com se divide a quaresma?

A quaresma tem início na quarta-feira de cinzas que nos lembra que “Somos pó…” mostrando a fragilidade do homem e a grande misericórdia do Pai que envia seu filho para Salvação da humanidade.

Durante os quarentas dias a Igreja prepara a Páscoa do Senhor que é composto por cinco domingos que antecedem os dias maiores. O quarto domingo da quaresma é chamado de “domingo Laetare” ou da alegria pela expressão:”Alegrai-vos, Jerusalém, reuni-vos, todos que a amais; regozijai-vos com alegria, vós que estivestes na tristeza; exultai e sereis saciados com a consolação que flui de seu seio” Rezada na antífona de entrada da celebração. Neste dia usa-se os paramentos de cor rosa.

No domingo de Ramos tem início a Semana Santa que revive os momentos mais fortes da Paixão, Morte e Ressurreição. Esta celebração relembra a entrada de Jesus em Jerusalém e já se antecipa a leitura da Paixão. Nesta semana damos ênfase aos mistérios pascais de Cristo.

Quinta-feira Santa: Dia que o Senhor instituiu a Eucaristia na última ceia com seus discípulos. Neste dia na Igreja em todo Mundo relembra o momento em que o Senhor lavou os pés dos discípulos presentes no cenáculo. A missa não termina com a benção final que só será dada no final a Vigília Pascal no Sábado de Aleluia.
Neste dia relembra-se também a instituição do sacerdócio, quando em uma celebração com o Bispo é abençoado os Santos Óleos para os Sacramentos.

Sexta-feira da Paixão: Neste dia não é celebrada missa em lugar algum do mundo. Celebra-se ao fim da tarde a Paixão do Senhor que relembra a entrega total de Cristo pela humanidade.

Sábado de Aleluia: A Igreja espera com ansiedade a Celebração da Ressurreição de Cristo! Quando Jesus venceu a morte e libertou-nos do pecado. Nesta celebração acendemos o Círio Pascal que é o sinal do ressuscitado.

OBS: A quaresma termina com a Celebração da Ceia do Senhor.

3- Cores Litúrgicas:

Cada tempo litúrgico na Igreja tem uma cor para identificação dos mistérios celebrados durante o ano Litúrgico. Durante a quaresma usa-se quatro cores. A Saber:
  • Roxo: Durante a maioria dos dias da quaresma usa-se a cor roxa, que significa penitência;
  • Rosa: Usada no Domingo Laetare (da Alegria) no quarto domingo da quaresma;
  • Vermelho: Usada no Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor;
  • Branco: Na quinta-feira na Missa da Ceia do Senhor.

4- Leituras do Tempo Quaresmal:

As leituras dominicais de Quaresma têm uma organização unitária, que terá que ter presente na pregação.
As leituras do Antigo Testamento seguem sua própria linha, que não tem uma relação direta com os evangelhos, como o resto do ano. Uma linha importante para compreender a História da Salvação.
Os Evangelhos seguem também uma temática organizada e própria.
E as leituras que se fazem em segundo lugar, as apostólicas, estão pensadas como complementares das anteriores.

A. A primeira leitura tem neste tempo de Quaresma uma intenção clara: apresentar os grandes temas da História da Salvação, para preparar o grande acontecimento da Páscoa do Senhor:A criação e origem do mundo (primeiro domingo).
  1. Abraão, pai dos fiéis (segundo domingo).
  2. O Êxodo e Moisés (terceiro domingo).
  3. A história de Israel, centrada sobre tudo em Davi (quarto domingo).
  4. Os profetas e sua mensagem (quinto domingo).
  5. O Servo de Yahvé (domingo de Ramos).
Estas etapas se proclamam de modo mais direto no Ciclo A, em seus momentos culminantes.

No Ciclo B se centram sobre tudo no tema da Aliança (com o Noé, com o Abraão, com Israel, o exílio, o novo louvor anunciado por Jeremias).

No Ciclo C, as mesmas etapas se vêem mas bem do prisma do culto (oferendas de primícias, celebração da Páscoa, etc.).
No sexto domingo, ou domingo de Ramos na Paixão do Senhor, invariavelmente se proclama o canto do Servo de Yahvé, por Isaías.

Estas etapas representam uma volta à fonte: a história das atuações salvíficas de Deus, que preparam o acontecimento central: o mistério Pascal do Senhor Jesus. Na pregação terá que levar em conta esta progressão, para não perder de vista o caminho para a Páscoa.

B. A leitura Evangélica tem também sua coerência independente ao longo das seis semanas:
primeiro domingo: o tema das tentações de Jesus no deserto, lidas em cada ciclo segundo seu evangelista; o tema dos quarenta dias, o tema do combate espiritual.
O segundo domingo: a Transfiguração, lida também em cada ciclo segundo o próprio evangelista; de novo o tema dos quarenta dias (Moisés, Elias, Cristo) e a preparação pascal; a luta e a tentação levam a vida.
terceiro domingo, quarto e quinto: apresentação dos temas catequéticos da iniciação cristã: a água, a luz, a vida.

No Ciclo A: os grandes temas batismais de São João: a samaritana (água), o cego (luz), Lázaro (vida).
No Ciclo B: tema paralelos, também de São João: o Templo, a serpente e Jesus Servo.
No Ciclo C: temas de conversão e misericórdia: iniciação a outro Sacramento quaresmal-pascal: a Penitência.
Sexto domingo: a Paixão de Jesus, cada ano segundo seu evangelista (reservando a Paixão de São João para a Sexta-feira Santa).

O pregador deve levar em conta esta unidade e ajudar a que a comunidade vá desentranhando os diversos aspectos de sua marcha para a Páscoa, não ficando, por exemplo no tema da tentação ou da penitência, mas sim entrando também aos temas batismais: Cristo e sua Páscoa são para nós a chave da água viva, da luz verdadeira e da nova vida.

C. A segunda leitura está pensada como complemento dos grandes temas da História da Salvação e da preparação evangélica à Páscoa. Temas espirituais, relativos ao processo de fé e conversão e a concretização moral dos temas quaresmais: a fé, a esperança, o amor, a vida espiritual, filhos da luz, etc.
Missas feriais.

Este grupo de leituras tem grande influencia na vida espiritual daqueles cristãos que acostumam a participar ativamente na eucaristia diária. É bom assinalar que o lecionário ferial de Quaresma foi construindo-se ao longo de vários séculos e antes da reforma conciliar sempre foi o mais rico de todo o ano litúrgico. A reforma litúrgica o respeitou por sua antiga tradição e riqueza.

Ao haver-se construído com os séculos, sua temática é bastante variada e muito longínqua, portanto, pelo que é uma leitura contínua ou um plano concebido de conjunto, que são as formas às que nos tem acostumados os lecionários saídos da reforma conciliar.

O atual lecionário ferial da missa divide a Quaresma em duas partes: por um lado, temos os dias que vão desde Quarta-feira de Cinzas até sábado da III semana; e por outro, as feiras que discorrem desde segunda-feira de IV semana até o começo do Tríduo Pascal.

5- Piedade popular:

Neste tempo muitos fiéis fazem seus exercícios espirituais de forma particular e comunitária. Penitência corporal, como abster-se de carnes e outros gêneros alimentícios é comum neste período. Durante as Sextas-feiras é comum em nossas comunidades a reflexão das Estações da Via Sacra que relembram os últimos passos de Jesus. Nas Igrejas cobre-se os santos com panos roxos relembrando a tristeza da Paixão do Senhor. Em alguns lugares as Igrejas promovem a Procissão do Encontro de Jesus e Maria. É tradicional também as encenações da Paixão e a Procissão do Senhor Morto logo após a Celebração da Paixão na Tarde da Sexta Feira. E a Reflexão das Dores de Maria.

6- Curiosidades:


Durante todo tempo não cantasse o Hino do Glória, e a expressão Aleluia! Que só voltaram a ser cantadas na Vigília Pascal no Sábado de Aleluia.

O uso de instrumentos são facultativos, se usados, apenas para segurar os cantos.

Não toca-se o sino da Igreja (apenas com a orientação do pároco)

7- Finalidade:

Precisamos lembrar que o tempo quaresmal tem por finalidade preparar-nos Páscoa do Senhor. E que para celebrarmos bem esse tempo temos que mudar de vida e nos arrependermos de nossos pecados, por isso a quaresma é uma tempo forte de conversão e nela somos convidados a confessamos. Somos chamados também a fazer sacrifícios para purificação de nosso corpo e alma.

8- Campanha da Fraternidade:

A Igreja do Brasil incorpora na sua liturgia durante a quaresma a conhecida “Campanha da Fraternidade”. Cada ano a CF traz um tema e um lema que nos motivam a um gesto concreto de solidariedade.

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2023

MENSAGEM DO PAPA FRANCISCO PARA A CF 2023: REFLEXÃO LEVE A CONSCIÊNCIA DE QUE PARTILHA DOS DONS DEVE SER ATITUDE CONSTANTE



O Papa Francisco enviou sua mensagem ao Brasil por ocasião da Campanha da Fraternidade 2023. Seu desejo expresso no texto é que a reflexão sobre o tema da fome, proposto pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) aos católicos brasileiros no Tempo da Quaresma, seja “uma atitude constante de todos nós, que nos compromete com Cristo presente em todo aquele que passa fome“. 

A intenção é que essa reflexão gere em todos, diz o Papa, “a consciência de que a partilha dos dons que o Senhor nos concede em sua bondade não pode restringir-se a um momento, a uma campanha, a algumas ações pontuais”.


Na mensagem, o Papa recorda o convite que Deus faz a trilhar um “caminho de verdadeira e sincera conversão” e que a proposta da Campanha da Fraternidade tem o intuito de animar o povo fiel “nesse itinerário ao encontro do Senhor”, com a a proposta de voltar o olhar para os mais necessitados, “afetados pelo flagelo da fome”.


“Ainda hoje, ‘milhões de pessoas sofrem e morrem de fome. Por outro lado, descartam-se toneladas de alimentos. Isto constitui um verdadeiro escândalo. A fome é criminosa, a alimentação é um direito inalienável”, disse o Papa, recordando um discurso aos Movimentos Populares, em 2014.


“A indicação dada por Jesus aos seus apóstolos “Dai-lhes vos mesmos de comer” (Mt 14, 16) é dirigida hoje a todos nós, seus discípulos, para que partilhemos – do muito ou do pouco que temos – com os nossos irmãos que nem sequer têm com que saciar a própria fome. Sabemos que indo ao encontro das necessidades daqueles que passam fome, estaremos saciando o próprio Senhor Jesus, que se identifica com os mais pobres e famintos”, afirma o Papa.


Reflexos da Campanha

Francisco desejou também que a conscientização pessoal ressoe “em nossas estruturas paroquiais e diocesanas, mas também encontre eco nos órgãos de governo a nível federal, estadual e municipal, bem como nas demais entidades da sociedade civil, a fim de que, trabalhando todos em conjunto, possam definitivamente extirpar das terras brasileiras o flagelo da fome”.

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Confira o texto na íntegra: 


MENSAGEM DO PAPA FRANCISCO PARA A CAMPANHA DA FRATERNIDADE 2023

 Queridos irmãos e irmãs do Brasil!

Todos os anos, no tempo da Quaresma, somos chamados por Deus a trilhar um caminho de verdadeira e sincera conversão, redirecionando toda a nossa vida para Ele, que “amou tanto o mundo, que deu o seu Filho único, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3, 16). Ao preparar-nos para a celebração dessa entrega amorosa na Páscoa, encontramos na oração, na esmola e no jejum, vividos de modo mais intenso durante este tempo, práticas penitenciais que nos ajudam a colaborar com a ação do Espirito Santo, autor da nossa  santificação.

Com o intuito de animar o povo fiel nesse itinerário ao encontro do Senhor, a Campanha da Fraternidade deste ano propõe que voltemos o nosso olhar para os nossos irmãos mais necessitados, afetados pelo flagelo da fome. Por outro lado, descartam-se toneladas de alimentos. Isto constitui um verdadeiro escândalo. A fome é criminosa, a alimentação é um direito inalienável” (Discurso no encontro com os Movimentos Populares, 28/X/2014)

 A indicação dada por Jesus aos seus apóstolos “Dai-lhes vos mesmos de comer” (Mt 14, 16) é dirigida hoje a todos nós, seus discípulos, para que partilhemos – do muito ou do pouco que temos – com os nossos irmãos que nem sequer tem com que saciar a própria fome. Sabemos que indo ao encontro das necessidades daqueles que passam fome, estaremos saciando o próprio Senhor Jesus, que se identifica com os mais pobres e famintos: eu estava com fome, e me destes de comer… todas as vezes que fizestes isso a um destes mais pequenos, que são meus irmãos, foi a mim que o fizestes” (Mt 25, 35.40). 

É meu grande desejo que a reflexão sobre o tema da fome, proposta aos católicos brasileiros durante o tempo quaresmal que se aproxima, leve não somente a ações concretas – sem dúvida, necessárias – que venham de modo emergencial em auxilio dos irmãos mais necessitados, mas também gere em todos a consciência de que a partilha dos dons que o Senhor nos concede em sua bondade não pode restringir-se a um momento, a uma campanha, a algumas ações pontuais, mas deve ser uma atitude constante de todos nós, que nos compromete com Cristo presente em todo aquele que passa fome. 

Desejo igualmente que esta conscientização pessoal ressoe em nossas estruturas paroquiais e diocesanas, mas também encontre eco nos órgãos de governo a nível federal, estadual e municipal, bem como nas demais entidades da sociedade civil, a fim de que, trabalhando todos em conjunto, possam definitivamente extirpar das terras brasileiras o flagelo da fome. Lembremo-nos de que “aqueles que sofrem a miséria não são diferentes de nós. Têm a mesma carne e sangue que nós. Por isso, merecem que uma mão amiga os socorra e ajude, de modo que ninguém seja deixado para trás e, no nosso mundo, a fraternidade tenha direito de cidadania” (Mensagem para o Dia Mundial da Alimentação, 16/X/2018, n. 7) .

Confiando estes votos aos cuidados de Nossa Senhora Aparecida e como penhor de abundantes graças celestes que auxiliem as iniciativas nascidas a partir da Campanha da Fraternidade, concedo de bom grado a todos os filhos e filhas da querida nação brasileira, de modo especial aqueles que se empenham incansavelmente para que ninguém passe fome, a Benção Apostólica, pedindo que continuem a rezar por mim.


Roma, São João de Latrão, 21 de dezembro de 2022.

Franciscus


Por CNBB

terça-feira, 21 de fevereiro de 2023

O Tempo Litúrgico da Quaresma

Quaresma tempo de conversão
Quaresma tempo de conversão.

Quaresma é o período de penitência e preparação para a Páscoa. É a lembrança dos 40 dias e 40 noites que Cristo passou no deserto e também dos 40 anos que os judeus caminharam até chegarem à Terra Prometida.

O período da Quaresma corresponde aos quarenta dias anteriores à Semana Santa.

Começa na Quarta-feira de Cinzas e vai até a *Missa dos Santos Óleos na quinta-feira Santa.

“Na Semana Santa, a Igreja celebra os mistérios da salvação, levados a cumprimento por Cristo nos últimos dias da sua vida, a começar pelo seu ingresso messiânico em Jerusalém. O tempo quaresmal continua até a Quinta-feira Santa.

A partir da missa vespertina, in Cena Domini, inicia-se o Tríduo Pascal, que abrange a Sexta-feira Santa “da Paixão do Senhor” e o Sábado Santo, e tem o seu centro na Vigília Pascal, concluindo-se com as vésperas do Domingo da Ressurreição”. Cf. Paschalis Solemnitatis

O primeiro dia da quaresma chama-se Quarta-feira de Cinzas, por causa do rito em que se deposita um pouco de cinza na fronte dos cristãos. As cinzas com as quais o sacerdote nos unge à testa, significa penitência, tempo de luto, fragilidade humana. Essas ‘cinzas’ são resultado dos ramos secos usados no Domingo de Ramos do ano que passou, que foram guardados e depois incinerados. (Os ramos passam pelo fogo purificador, assim como nós temos que – com o fogo purificador de Deus – acabar com o nosso egoísmo, orgulho…).

 “Devemos ver a Quaresma como um tempo especial de retiro espiritual, tempo de voltarmos a Deus, reaquecer a nossa fé, mudarmos de vida, superar as atitudes que não combinam com um cristão.

As graças principais da Quaresma são: a conversão, a reconciliação e a partilha.”


Símbolos da Quaresma

São vários os símbolos e atitudes que acompanham esse tempo. Os mais importantes são:

A COR ROXA, AS CINZAS E A CRUZ  Lembram o caráter de penitência e conversão. O caráter sério da Quaresma se manifesta também no visual do espaço celebrativo, sóbrio e despojado. 

AUSÊNCIA DO GLORIA E CANTOS DE ALELUIA Neste período também se prepara a missa sem cantos que tragam a palavra “aleluia”.

AUSÊNCIA DO RITO DE LOUVOR Também é retirado das missas o canto de louvor (o Glória).

O JEJUM O jejum e a abstinência de carne expressam a íntima relação existente entre os gestos externos de penitência, mudança de vida e conversão interior. Nos leva a dar mais atenção à Palavra de Deus e à população empobrecida que se encontra em permanente jejum.

A CAMPANHA DA FRATERNIDADE Assumindo cada ano uma situação da realidade social, nos ajuda a viver concretamente a experiência da Páscoa de Jesus nas páscoas do povo; nos levando assim, a concretizar nosso esforço comunitário de conversão em gestos de solidariedade.

 

Fonte: Apostila da 1º Comunhão do Centro Educacional Nazaré

*Alterações: Josemar Oliveira

domingo, 19 de fevereiro de 2023

Aborto: Diocese enterra 700 crianças mortas

 

O Padre Joseph Nguyen Van Tich, da Comissão Pró-Vida da diocese de Xuan Loc, no Vietname, celebrou o funeral de 700 vítimas de aborto.

Milhares de pessoas estiveram presentes. O grupo nasceu em 2011 e até agora enterrou mais de 62.000 crianças mortas, de acordo com LeSalonBeige.fr (3 de fevereiro).

Antes do funeral, as crianças mortas foram limpas com álcool, envoltas em panos brancos, receberam um nome e foram colocadas na igreja com flores.

Voluntários vitalícios coletam entre 700 e 1.500 crianças assassinadas por mês.

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Rezemos por todas as almas das crianças assassinadas nos ventres de suas mães.

 

Com informações e imagem: Glória TV.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2023

O cristão deve brincar carnaval?

Imagem: Pixabay

Olá povo amado de Deus!

Chegou o Carnaval!

Neste fim de semana tem início a maior festa popular do Brasil, o Carnaval. Nestes dias milhares de pessoas participam de blocos e troças que acontecem nas ruas das nossas cidades. Bandas de músicas e orquestras animam os foliões.

O Carnaval é uma festa Católica no qual marca o último dia que os fieis “podem” comer carne, tendo em vista o início do Tempo Quaresmal, que se inicia na quarta-feira de cinzas.

Os festejos do carnaval ao longo do tempo foram sofrendo alterações significativas. O que antecipava um tempo de reflexão e oração, tornou-se uma “desordem”. Na idade média as cortes comemoram os carnavais com grandes bailes, enquanto nas ruas os festejos populares com improvisações alegravam a plebe dos reinos.

Quando olhamos o carnaval hoje, pensamos nos abusos e pecados cometidos livremente pelos foliões. Caricatos, mascarados e travestidos conseguem transmitir o que está oculto em seus desejos. Não há “limites” para esses dias.

Por muitas vezes vejo exagero por parte de religiosos quanto participar ou não da “folia de Momo”. Muitos dizem ser pecado, por causa dos ambientes sugestivos aos erros. Outros ainda defendem que o carnaval, desde que seja brincado com prudência e respeito não faz “mau” algum. Quanto a mim, sempre prezo pela consciência. Ela lhe acusa? Não brinque. Se sua a intenção é fazer mau aos outros, exagerar na bebida alcoólica ou pecar gravemente. Guarde-se! Se você gosta de participar de retiros e encontro de oração participe de forma plena. Deus quer a nossa sinceridade de coração!

Se você procurar opiniões você sempre vai encontrar de forma diversificada e tendenciosa para o que seu coração deseja. Por isso neste carnaval seja sincero com você mesmo.

Poderíamos enumerar dezenas de passagens bíblicas que condenam as práticas realizadas no carnaval, mais cada um sabe o que fazer a partir de sua consciência.

Escolha Deus!

Deus abençoe a todos! 

Por Josemar Oliveira

domingo, 12 de fevereiro de 2023

Nicarágua, o bispo Álvarez é condenado a 26 anos de prisão


O bispo de Matagalpa foi condenado por um tribunal nicaraguense depois de se recusar a deixar o país junto com outros sacerdotes e opositores políticos.

Recusou-se a deixar a Nicarágua para ir para o exílio nos EUA. Por isso, um tribunal nicaraguense condenou o bispo nicaraguense de Matagalpa e administrador apostólico da Diocese de Estelí, dom Rolando José Álvarez Lagos, a 26 anos de prisão, no dia seguinte à sua recusa em embarcar num avião junto com 222 outras pessoas, padres, seminaristas, opositores políticos ou simples críticos do regime. Uma sentença lida por um juiz da Corte de apelação definiu dom Álvarez, 56 anos, "um traidor da pátria", condenando-o a permanecer na prisão até 2049.

Nicarágua: sacerdotes e seminaristas entre os deportados para os EUA
A sentença antes do julgamento


O bispo de Matagalpa é acusado de "conspiração para minar a integridade nacional e propagação de falsas notícias através das tecnologias da informação e da comunicação em detrimento do Estado e da sociedade nicaraguense". O julgamento estava previsto para começar em 15 de fevereiro, mas o veredicto veio primeiro. Além do bispo, dois outros sacerdotes, Manuel García e José Urbina, do clero da Diocese de Granada, ainda estão detidos em prisões nicaraguenses.


Sacerdotes expulsos como "traidores à pátria


Outros cinco padres, um diácono e dois seminaristas acusados de "conspiração" e condenados a dez anos de prisão já chegaram aos EUA, onde devem receber uma autorização de residência por um período inicial de dois anos. As oito pessoas estão entre aquelas para as quais o Tribunal de Apelação de Manágua ordenou "a expulsão imediata e efetiva por cometer atos que minam a independência, soberania e autodeterminação do povo, por incitar a violência, o terrorismo e a desestabilização econômica". Os expulsos foram declarados "traidores da pátria", tiveram seus "direitos de cidadania suspensos por toda a vida" e foram privados de sua cidadania nicaraguense.


As acusações de Ortega


O presidente Daniel Ortega falou sobre a condenação de dom Álvarez na televisão nacional, chamando a posição do bispo de "absurda" e afirmando que ele está preso por "terrorismo". A polícia havia prendido Álvarez em agosto passado e os tribunais o acusaram sucessivamente de "conspiração" e de divulgar "falsas notícias".
Cardeal Hollerich: é perseguição de Estado

Hollerich: "Soltem o bispo e os outros prisioneiros" nicaraguenses


O cardeal Jean-Claude Hollerich denunciou a falsidade das acusações em uma carta datada de 6 de fevereiro e dirigida a dom Carlos Enrique Herrera Gutiérrez, presidente da Conferência Episcopal Nicaraguense. Na missiva, o cardeal, em sua qualidade de presidente da Comece, a Comissão das Conferências Episcopais da Comunidade Europeia, tomou uma posição sobre a situação na Nicarágua, expressando a solidariedade dos bispos da União Europeia para com a Igreja católica no país centro-americano "que enfrenta um profundo sofrimento como resultado da perseguição do Estado". Hollerich denunciou o agravamento da situação com eventos recentes como "o fechamento de estações de rádio católicas, a obstrução do acesso às igrejas pela polícia e outros atos graves que perturbam a liberdade religiosa e a ordem social".

Da prisão domiciliar ao cárcere


Dom Álvarez é o primeiro bispo a ser preso e condenado desde que o presidente Daniel Ortega voltou ao poder na Nicarágua, em 2007. Ele havia sido levado do palácio episcopal em Matagalpa na madrugada de 19 de agosto por policiais, juntamente com padres, seminaristas e leigos, após ter sido detido à força durante 15 dias na Cúria sob a acusação de tentar "organizar grupos violentos" com o "objetivo de desestabilizar o Estado nicaraguense e atacar as autoridades constitucionais". O bispo foi depois transferido para sua residência particular em Manágua sob prisão domiciliar, mas agora foi transferido para uma prisão de segurança máxima.


Informações Vatican News

sábado, 11 de fevereiro de 2023

Ofício da Imaculada Conceição



O Ofício é uma oração composta para ser cantada ou recitada (de uma só vez ou seguindo a Liturgia das Horas), a fim de proclamar os louvores da Mãe de Deus e defender a fé da Igreja na Imaculada Conceição da Virgem Maria.

Na reforma do Concílio Vaticano II, o Papa Paulo VI modificou a doutrina acerca das indulgências e concedeu indulgência parcial a aqueles que rezarem com fé o Ofício da Imaculada Conceição.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2023

RCC arquidiocesana organiza o Ágape 2023

Cartaz do Ágape 2023


A coordenação arquidiocesana da Renovação Carismática Católica vai promover o Ágape, no período de 18 a 21 de fevereiro, nas dependências da Escola Estadual Floriano Cavalcante, no Conjunto Mirassol, zona sul de Natal. No sábado, as atividades vão iniciar às 18h e, nos demais dias, às 8 horas. A taxa de inscrição para participar do retiro é de dez reais. 

O evento também vai contar com uma programação toda especial para crianças a partir de 4 anos de idade, intitulada de Ágape Kids.

Para mais informações, os interessados podem entrar em contato pelo número (84) 9 9905-0034.

Com informações: Arquidiocese de Natal

Oração de intercessão pelas vítimas do terremoto na Turquia e Síria


Nos dias 05 e 06 de fevereiro os Países da Turquia e Síria foram atingidos por um terremoto de magnitude de 7,5 Escala Richter. Já foram contabilizados mais de 9 mil mortos, até a presente data. Abaixo publicamos uma oração de intercessão pelas vítimas deste terremoto.


Oração de intercessão

São Pedro, primeiro Papa, que pregastes em Antioquia, rogai por nós.

Santo André e São Filipe, Apóstolos, que pregastes a Palavra de esperança a essa região, rogai por nós.

São Paulo, que percorrestes a região pregando o Evangelho, rogai por nós.

Grandes Doutores da Igreja, São João Crisóstomo, São Basílio Magno, São Gregório Nazianzeno, rogai por nós.

São Cirilo de Jerusalém, rogai por nós.

São João Damasceno, rogai por nós.

Santo Efrém, o Sírio, rogai por nós.

Nossa Senhora das Dores, rogai por nós.

Sagrado Coração de Jesus, tende piedade do vosso povo que sofre.

Amém.


Por: ALATEIA

Santo do Dia | Santa Josefina Bakhita



Ela foi de menina livre a escrava, e daí a santa e inspiração para toda a África. Em cada 8 de fevereiro comemoramos a vida de Santa Josefina Bakhita, uma mulher que nos lembra que os caminhos que Deus nos conduz são às vezes misteriosos.

“Se isso não tivesse acontecido, eu não seria cristã e religiosa agora”

“Se eu encontrasse aqueles traficantes de escravos que me sequestraram e me torturaram novamente, eu me ajoelharia para beijar suas mãos, porque se isso não tivesse acontecido, eu não seria cristã e religiosa agora.” Este é o espírito cristão de Santa Josefina, uma mulher que ao longo de sua vida foi propriedade de 6 senhores até encontrar Deus e a liberdade Nele.

Josefina, então com outro nome, nasceu por volta de 1869 na cidade de Olgossa, Darfur, atual Sudão do Sul. Ali mesmo, quando tinha 9 anos, foi enganada e sequestrada por um grupo de estrangeiros que a levou a El Obeid para vendê-la. Foram eles que a chamaram de “Bakhita”, que significa “sorte”.

A partir daí sua vida tomou um rumo doloroso. Ela mesma recorda que seu quarto mestre, o pior de todos, a tatuou e fez 144 incisões. E para evitar o contágio diante de tamanha agressão, colocaram-lhe sal!

“Senti que ia morrer a qualquer momento, principalmente quando me puseram o sal”. No entanto, Deus tinha outro destino preparado para Santa Josefina Bakhita. Devido à situação política no Sudão, seu quinto mestre, um cônsul italiano, teve que retornar à Itália. Bakhita viajou com ele.

Já no país europeu, ela teve a sorte de conhecer seu último – e melhor – mestre, Augusto Michieli, que a levou em 1884 para trabalhar como babá em uma casa em Veneza. A filha dele, Minnina, estava se preparando para receber os sacramentos, e foi este contato de Bakhita com a instrução cristã que a fez se aproximar da Igreja Católica, decidindo converter-se. As duas viraram tão amigas que decidiram entrar no Instituto das Irmãs da Caridade como noviças mais tarde.

Desde então, sua vida mudou de rumo. Pouco tempo depois, ela queria ser levada de volta ao Sudão, mas se recusou a se separar de Deus, seu novo e único “Dono”. Como a escravidão era ilegal na Itália, ela pôde permanecer em Veneza, e em 1890 recebeu o batismo, a comunhão e a confirmação. Como ato consagratório, escolheu o nome Josefina Margarita Afortunada, apropriando-se ironicamente desse apelido de escravagista.

Pouco tempo depois, em 1893, tornou-se irmã da ordem e a partir daí desenvolveu uma vida dedicada a cuidar dos mais pobres.

Santa Josefina Bakhita faleceu em 1947 aos 78 anos. 53 anos depois, em 2000, o Papa São João Paulo II a canonizou, reconhecendo sua santidade.

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Título: Josefina Bakhita: a escrava que fez de Jesus o seu Senhor e virou santa

Fonte: churchpop.com

terça-feira, 7 de fevereiro de 2023

Cristãos são mortos em ataque à igreja ortodoxa na Etiópia

Ortodoxos. Foto: Google

Três cristãos foram mortos e pelo menos quatro ficaram feridos após um ataque a uma igreja ortodoxa no sábado (4), na cidade de Shashimani, na Etiópia.

De acordo com fontes locais da igreja, forças de segurança do governo abriram fogo contra uma multidão que protegia a Igreja de São Miguel de ser tomada por um bispo rebelde, em meio às crescentes tensões dentro da Igreja Ortodoxa Etíope Tewahedo.

Dois jovens cristãos ortodoxos e uma mulher morreram no ataque, de acordo com a Agence France-Presse.

O Santo Sínodo da Igreja Ortodoxa Tewahedo, uma das igrejas cristãs mais antigas do mundo, condenou o atentado e chamou a ação das forças de segurança de "assassinato público".

"A igreja condena absolutamente a violação ilegal dos direitos humanos e a morte brutal dos crentes que saíram para proteger a igreja de São Miguel na cidade de Shashemene, diocese de West Arsi. O Santo Sínodo decidiu que a justiça deve ser feita em todas as localidades fazendo orações sinodais e religiosas apropriadas”, afirmou em comunicado.

No mês passado, bispos rebeldes formaram um sínodo independente em Oromia, que foi declarado ilegal pela liderança. Os bispos envolvidos foram excluídos da igreja.

Chefiada pelo patriarca Abune Mathias, a Igreja Ortodoxa Etíope também acusou o governo do primeiro-ministro Abiy Ahmed de interferir em seus assuntos e apoiar o "grupo ilegítimo" de bispos.

Na Etiópia, cerca de 40% da população são membros da Igreja Ortodoxa Etíope Tewahedo.

 

Com informações: Missões Urgentes

Quem blasfemar contra o Espírito Santo...



Hoje não ouvimos muito sobre o pecado contra o Espírito Santo, embora as Escrituras falem claramente sobre isso. Quando os fariseus dizem que Jesus expulsa os demônios com a ajuda de Belzebu (Mc 3,29), na verdade estão  atribuindo ao príncipe dos demônios o que Jesus faz com o poder de sua própria divindade e com o poder do Espírito Santo.

Depois disso, Jesus diz que quem pecar contra o Espírito Santo não será perdoado nem nesta vida nem na vida futura.

O pecado contra o Espírito Santo, a blasfêmia contra o Espírito Santo, não consiste apenas em palavras, mas pode ser realizado em ações, ou pode vir diretamente do coração de uma pessoa.

O Espírito Santo é o próprio amor (caritas). O perdão dos pecados realiza-se na Igreja através do amor. É por isso que atribuímos especificamente o perdão dos pecados ao Espírito Santo. (Cf. " Recebei o Espírito Santo. A quem perdoas os pecados, eles são perdoados ", Jo 20,22-23).

Portanto, podemos dizer que ele comete um pecado imperdoável contra o Espírito Santo, que consciente e deliberadamente resiste ao perdão dos pecados, ou seja, o Espírito Santo, em pensamento, coração, palavras ou ações, e persiste neste pecado até sua morte.

E é por isso que Santo Agostinho diz que o pecado contra o Espírito Santo nada mais é do que a cumplicidade com o pecado, que dura até a morte, depois da qual não há como voltar atrás.

Assim como atribuímos o perdão dos pecados ao Espírito Santo, também atribuímos a bondade. O Espírito Santo é a própria Bondade. Portanto, aquele que - com malícia deliberada - blasfema contra o Espírito Santo em seu coração, ou com palavras ou ações, está resistindo deliberadamente à bondade do Espírito Santo.

Pode ser assim, por exemplo, quando alguém blasfema contra Deus por malícia, mas também pode ser pecado contra o Espírito Santo quando alguém duvida da misericórdia de Deus e nela persevera até à morte, ou simplesmente olha com demasiada presunção para a misericórdia de Deus e se permite tudo. Nesses casos, a esperança, o santo temor de Deus e outros dons do Espírito Santo se desgastam do coração, e daí nasce a indulgência para com o pecado.

Tomás observa ainda que xingamentos e palavrões cometidos por fraqueza humana (isto é, não por malícia), embora sejam pecado, não podem ser considerados pecado imperdoável contra o Espírito Santo (caso a pessoa se arrependa), porque neste caso é é mais um mau hábito ou esquecimento de si mesmo, bem como falta de controle das emoções, e não uma verdadeira malícia. Mas o hábito gera pecado e pode até se tornar pervertido.

Podemos alimentar a nossa relação com Deus, o nosso amor a Deus e ao Espírito Santo, alimentando e vivificando as virtudes, a fé, a esperança, o amor, etc., assim como os dons do Espírito Santo. 


Santo Tomás de Aquino, Sobre o mal, q.3.a.14.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2023

A importância do matrimônio nos padres da Igreja


 "O matrimônio é um dos sete sacramentos da vida eclesial. É a unidade de duas pessoas que se amam, projetam uma vida em conjunto, com a vida de filhos e filhas para assim formar uma só carne como Jesus falou aos seus discípulas, discípulos, missionárias e missionários. É preciso rezar por todos os casais, aqueles que estão bem os passam por algumas dificuldades de relacionamento, falta de emprego ou estão em segunda união."

Por Dom Vital Corbellini, Bispo de Marabá (PA)


Deus criou o ser humano à sua imagem e semelhança(Gn 1,26), como dons a serem desenvolvidos na realidade do mundo e em vista da glória do Senhor. Esta unidade do homem com a mulher e da mulher com o homem alude ao desejo do próprio Criador de que o casal viva bem, junto na paz e no amor. Tudo é dado de uma forma simples e humilde o qual este processo não pode se dissolver, porque como diz a Escritura o homem deixará pai e mãe e se unirá à sua mulher e os dois formarão uma só carne (Gn 2,24). Jesus retomou o ideal e a objetividade do matrimônio na criação quando foi perguntado pelos fariseus se era permitido ao homem despedir a mulher por qualquer motivo, afirmou ele que o Criador os criou para viverem unidos, pois, o que Deus uniu o ser humano não separe (Mt 19,3-6). O casal é abençoado por Deus desde as origens no mistério do amor do Senhor Deus Uno e Trino para com a humanidade. Será muito importante ver como os padres da Igreja, os primeiros escritores cristãos elaboraram esta doutrina que ilumina as pessoas nos séculos posteriores até chegar à atualidade. O matrimônio é graça de Deus e é responsabilidade humana.

O matrimônio como unidade de duas pessoas.

O matrimônio era visto pelos padres da Igreja, como entrega de duas pessoas para uma vida em conjunto, tendo a benção de Deus para a sua unidade. Eles falaram de um acordo que foi ratificado por Deus que criou o homem e a mulher à sua imagem e semelhança (Gn 1,26). O Senhor conduz a esposa ao esposo e o esposo à esposa tendo como conseqüência as núpcias e ratificando a sua união, dada pela Igreja[1]. O princípio da unidade e da indissolubilidade estavam presentes nos padres da Igreja ganhando força a palavra do Criador destes valores cristãos ao matrimônio e o Senhor Jesus que também colocou o matrimônio no plano das origens, do Criador em vista das pessoas buscarem uma vida indissolúvel, uma só carne (Mt 19,4-5)[2]


A benção do matrimônio cristão

Tertuliano, padre da Igreja no Norte da África dos séculos II e III afirmou a felicidade do matrimônio porque é a Igreja que ratifica a vivência de duas pessoas, une os jovens para viverem juntos sendo a imagem e semelhança de Deus (Gn 1,26). É uma espécie de hóstia eucarística, uma benção selada, que os anjos anunciam nos céus e o Senhor Deus aprovou?[3]. Tertuliano colocou a importância do casal na unidade de seus projetos e de suas vidas. Para ele seriam dois fiéis, homem e mulher unidos numa única esperança num só desejo, num único respeito, numa única vida de serviço e doação[4].
Única carne na vida e na Igreja
 

Tertuliano reforçou também a unidade a partir do dado bíblico, proveniente do Senhor Jesus no qual o casal é dois numa única carne (Mt 19,6). Desta forma é uma só vida, sendo também um só espírito, onde juntos rezam, juntos se ajoelham, fazem as admoestações um ao outro, exortando-se um a outro, como também se confortam um ao outro[5].

Esta unidade na vida humana para ser uma só carne, é dada também na Igreja de Deus, no banquete do Senhor, da eucaristia, sendo também igual nas perseguições e nas consolações. O casal visita livremente os doentes, dá uma grande ajuda aos pobres. A cruz não se faz no esconderijo, a benção não é dada no silêncio na vida do casal. Ao ver e sentir estas coisas, o Senhor Jesus alegra-se, convidando-o à sua paz (Jo 14,27). Onde está o casal lá se encontra o Senhor (Mt 18,20) e onde Ele está, não há lugar para o mal[6].


O matrimônio: a união

São Clemente de Alexandria, Padre dos séculos II e III disse que o matrimônio é a união de um homem e de uma mulher, segundo a lei, em vista do amor e da procriação. A pessoa casa com o tempo com uma pessoa que o ama e assim o casal tenha as condições para a geração de filhos e de filhas[7]. O casal é convidado a se querer bem um com o outro e também seja ciente na procriação dos filhos[8].
A superação da divisão
 

São Clemente reforçava a idéia para os homens casados não buscarem a divisão com as suas próprias mulheres pela vida dos filhos e por ser uma opção que não favorece a lei do Senhor, a divisão é claro. O autor exortava para que se começasse a partir do matrimônio a mostrar em casa o valor de uma vida de santidade. É uma realidade excepcional a união conjugal, o matrimônio é uma grande graça para o serviço do Senhor no mundo[9].


A vivência da virtude e da unidade

O autor alexandrino teve também presente na unidade do casal a vivência das virtudes, da fé, da caridade no homem e na mulher, pois se tratava do matrimônio cristão. O fato é que o mesmo Deus está em ambos, e é também para ambos, o mesmo Pedagogo, Jesus Cristo. Uma é também a Igreja, a temperança, comum é o alimento, o vínculo nupcial, um é o respiro, a vista, o conhecimento, a esperança, a obediência, o amor porque todas as coisas são iguais na unidade do matrimônio. As pessoas as quais tem comunhão de vida pelo matrimônio, terão em comum, a graça e a salvação[10].
Deus os criou homem e mulher
 

Orígenes, padre alexandrino dos séculos II e III teve presente o dado bíblico de que o Senhor Deus criou o ser humano, homem e mulher, como imagem e semelhança suas, para que também crescessem, se multiplicassem, enchessem a terra e a dominassem (Gn 1,27-28). O Senhor abençoou os dois para que vivessem bem em unidade com as criaturas e com Deus[11].


A igualdade diante de Deus

Orígenes ressaltou que a forma como Deus criou o homem e a mulher conduz a unidade do casal e à plena igualdade diante do Criador. Não existe uma superioridade de um para com o outro pelo fato de serem criaturas feitas pelo Senhor. Por isso Orígenes é contra a dominação no casal por que toda a relação com Deus seja digna pela vivência da unidade no matrimônio, uma vez que o Salvador disse que assim não são mais dois, mas uma só carne (Mt 19,21). Quando as coisas reinam no matrimônio, como a concórdia, a harmonia por parte do marido para com a mulher, e por parte da mulher com o marido, agindo em favor da unidade e da igualdade é possível que a palavra de Deus se realize no matrimônio, pois não se trará mais de dois. É Deus mesmo que une as duas pessoas em uma só, afim de que não sejam dois seres distintos, mas que vivam unidos entre si, com os outros e com Deus[12]. Para Orígenes é muito importante afirmar que quando o matrimônio respira a graça de Deus, deriva a harmonia, o amor no casal. O matrimônio constitui uma graça divina, quando não existe a instabilidade, mas quando reina a paz, dom de Deus para o mundo e para o casal[13].
 

O matrimônio é um dos sete sacramentos da vida eclesial. É a unidade de duas pessoas que se amam, projetam uma vida em conjunto, com a vida de filhos e filhas para assim formar uma só carne como Jesus falou aos seus discípulas, discípulos, missionárias e missionários. É preciso rezar por todos os casais, aqueles que estão bem os passam por algumas dificuldades de relacionamento, falta de emprego ou estão em segunda união. As autoridades olhem com carinho as famílias para que hajam políticas públicas em favor das mesmas. Os padres da Igreja tiveram presentes as palavras do Criador lá no início e a retomada do Senhor Jesus ao mesmo plano de unidade, de fraternidade para assim formar um só ser no mundo e um dia na eternidade.



[1] Cfr. H. Crouzel – L. Odobrina. Matrimonio. In: Nuovo Dizionario Patristico e di Antichità Cristiane, diretto da Angelo di Berardino, F-0. Genova-Milano, Casa Editrice Marietti, 2007, pgs. 3133-3134.
[2] Cfr. Idem, pg. 3134.
[3] Cfr. Tertulliano. Alla sua sposa II, 8,6. In: La Coppia nei Padri. Introduzione, Traduzione e note di Giulia Sfameni Gasparro, Cesare Magazzù, Concetta Aloe Spada. Milano, Edizione Paoline, 1991, pg. 185.
[4] Cfr. Idem, 8,7, pg. 186.
[5] Cfr. Ibidem.
[6] Cfr. Idem, 8,8, pgs 186-187.
[7] Cfr. Clemente Alessandrino. Stromati II, 137-1-4. In: Idem, pgs. 200-201.
[8] Cfr. Idem, III, 58,1-2;, pgs. 202-203.
[9][9] Cfr. Clemente Alessandrino. Il Pedagogo, III,XI,84,1. In: Idem, pg. 203.
[10]Cfr. Idem, I,IV,10,1-2. In: Idem, pg. 205.
[11] Cfr. Origene. Omelie sulla Genesi I, 14. In: Idem, pg. 226.
[12] Cfr. Origene. Commento al Vangelo di Matteo XIV,16. In: Idem , pgs. 231-232.
[13] Cfr. Commento a 1 Cor., fr. 34e fr. 35: C. Jenkins, The Origen Citations in Cramer´s Catena on I Corinthians, JTS 9. In: Idem, pg 233.

 

Fonte:Vatican.va

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2023

Santo do Dia | Apresentação de Jesus no Templo


A festa de hoje, cuja origem remonta ao século IV, era chamada Purificação de Nossa Senhora, lembrando o cumprimento da lei, conforme descrição do segundo capítulo de são Lucas. Quarenta dias após o nascimento Jesus foi levado ao Templo para se cumprir a lei a respeito dos primogênitos e a respeito da purificação da mãe. A reforma litúrgica de 1960, querendo dar o verdadeiro sentido ao acontecimento de origem, que é a oferta de Jesus ao Pai, símbolo do sacrifício da cruz, deu o nome de Apresentação do Senhor. Nem Jesus, nem Maria estavam sujeitos a essa lei, pois eram sem pecado, mas quiseram dar-nos exemplo de submissão às autoridades. É comovente lição de humildade, juntamente com a de pobreza demonstrada no presépio.

O encontro do Senhor com o profeta Simeão e a profetisa Ana no Templo ressalta o caráter sacrifical da celebração e a comunhão pessoal de Maria com a morte de Jesus na cruz. Simeão profetizou a respeito de Maria: “Uma espada traspassará tua alma”. Maria, por causa da sua íntima união com a pessoa de Cristo, foi associada ao sacrifício do Filho. O imperador Justiniano decretara feriado para todo o império do Oriente nesse dia.

Roma adotou a festividade na metade do século VII. O papa Sérgio I instituiu a mais antiga das procissões penitenciais de Roma. Partia da igreja de santo Adriano e chegava até a igreja de santa Maria Maior. O rito da bênção das velas se inspirava nas palavras do velho Simeão: “Meus olhos viram a tua Salvação que preparaste diante de todos os povos, como luz para iluminar as Nações”. Data de Beda, o Venerável, a notícia que esta procissão opunha-se à procissão dos Lupercalia dos romanos e era destinada à reparação das extravagâncias que se faziam em tais circunstâncias.

Extraído do livro:

Um santo para cada dia, de Mario Sgarbossa e Luigi Giovannini

Fonte: Paulos Livraria


quarta-feira, 1 de fevereiro de 2023

Oração a São Miguel Arcanjo




Oração a São Miguel Arcanjo

São Miguel Arcanjo, defendei-nos no combate, sede o nosso refúgio contra as maldades e as ciladas do demônio. Ordene-lhe Deus, instantemente o pedimos, e vós, príncipe da milícia celeste, pelo divino poder, precipitai no inferno a satanás e a todos os espíritos malignos, que andam pelo mundo para perder as almas. Amém.


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