O Tempo Pascal, na liturgia, é fortemente marcado pela espiritualidade joanina, por ser o evangelho de João considerado como “evangelho pascal”. Assim, aos domingos, com exceção do da Ascensão, o evangelho é de João, como será de João o evangelho dos dias de semana, exceto alguns dias da oitava da Páscoa, notando-se também que o evangelho de João já vinha sendo lido desde a quarta semana da Quaresma, nos dias de semana.
Além disso, para todos os domingos do Tempo Pascal, a segunda leitura será:
– para o ano A, a predominância de 1Pd;
– para o ano B, a predominância de 1Jo;
– e para o ano C, a predominância do Apocalipse.
Já a primeira leitura do Tempo Pascal é sempre dos Atos dos Apóstolos, confirmando o antigo uso então afirmado por São João Crisóstomo e por Santo Agostinho, e isto se observa tanto para aos domingos como para os dias de semana.
Podemos dizer que na primeira leitura do Tempo Pascal, a Igreja conta e ouve a história de si mesma nos seus primórdios, como elemento edificante para a sua própria edificação.
Solenidades do Tempo Pascal
Além do Tríduo Pascal, que é a celebração principal da Páscoa, duas outras solenidades marcam também o Tempo Pascal. São elas:
Solenidade da Ascensão do Senhor: No Brasil, é o domingo em que se celebra a subida do Senhor ao céu, 40 dias após a ressurreição, segundo a indicação de Lucas (cf. At 1,3). A data certa da solenidade seria na quinta-feiraprecedente, mas, como no Brasil não é feriado, transferiu-se então tal comemoração para o domingo seguinte, ocupando, pois, tal solenidade o lugar do 7º Domingo da Páscoa. Deste, porém, podem ser tomadas as leituras no sexto domingo, quando, pastoralmente, for conveniente.
Solenidade de Pentecostes: Pentecostes é o coroamento de todo o ciclo da Páscoa. É a solenidade que celebramos após cinqüenta dias da ressurreição. Marca o início solene da vida da Igreja (cf. At 2,1-41), não o seu nascimento, pois este se dá, misteriosamente, na Sexta-Feira Santa, do lado do Cristo Crucificado, como sua esposa imaculada.
Coroando a obra da redenção, Pentecostes nos revela o cumprimento da promessa de Cristo, feita aos apóstolos, segundo a qual ele enviaria o Espírito Santo Consolador, para confirmá-los e fortalecê-los na missão apostólica.
A vinda do Espírito Santo, no episódio bíblico de At 2,1-12, deve ser entendida como manifestação da Igreja a toda a humanidade, em dimensão, pois, universal, no desejo do Pai e do Filho. Com Pentecostes encerra-se, pois, o ciclo da Páscoa.
Adaptação do texto de João de Araújo
Fontes: Missal Romano / Liturgia Dominical (Johan Konings, S.J.) – Editora Vozes / A celebração na Igreja (diversos autores) – Loyola / Dicionário de Liturgia (diversos autores) – Paulus
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