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segunda-feira, 2 de agosto de 2021

A SANTA QUE CHORAVA NAS ROCAS EM 1956


A SANTA QUE CHORAVA NAS ROCAS EM 1956

Em 1956 apareceu no jornal O Poti a noticia de uma santa que chorava no bairro das Rocas em Natal.
Segundo o referido jornal a noticia correu célere pela cidade. A Santa que chorava havia aparecido no bairro das Rocas e logo se formou extensa multidão para ver a imagem que, segundo alguns já estaria fazendo milagres.

De acordo com o jornal um enorme exército de homens, mulheres e crianças logo se formou em frente da casa onde se encontrava a imagem da santa, todos desejosos de tomar conhecimento do fenômeno que apaixonou, senão toda, pelo menos uma parte da população.

As historias envolvendo o acontecido começavam a desfilar num crescimento assustador.

Quase todos os presentes tinham a sua parte nas conversações; dava sua opinião sobre o acontecimento, e cada dez mais o cordão dos curiosos aumentava.

Crentes, críticos e céticos

Segundo o jornal de um lance de olho sobre as visitas a Santa via-se gente de todas as categorias sociais: uns crendo, piamente, que a Santa de fato possui lágrimas, enquanto outros, entre críticos e céticos acham que o liquido que escorre pela frente da imagem nada mais significa do que o brilho do gesso produzido pelo reflexo da luz de uma vela posta próxima ao altar.

Segundo o jornal o bairro das Rocas viu-se de um momento para outro transformado em centro de atração para milhares de pessoas na casa de Antônio Farias, funcionário da prefeitura, onde se dava o fenômeno, dando a residência um aspecto festivo.


O fenômeno

Antônio Farias, humilde servidor público, residente a Rua São Sebastião, 47, declarou ao repórteres do jornal O Poti que precisamente as 07h00 da terça-feira de carnaval, dona Francisca Nunes da Silva, sua conhecida, residente na mesma rua, 49, notou que a imagem de Nossa Senhora de Fátima estava com os olhos molhados dando a nítida impressão que chorava. Olhada a imagem por Antônio Farias e outras pessoas, constatou-se o fenômeno. Espalhou-se a noticia e não parou mais de chegar pessoas para a Santa.



Pessoas se aglomerando na casa da Antônio Farias na rua São Sebastião nas Rocas para ver o fenômeno.
Fonte: O Poti.



Paralelamente a esta historia, José Farias, morador na casa da aparição, ao ver a imagem teve um ataque caindo ao solo, sem sentido. Ao tornar, o rapaz não pode falar, tendo permanecido até agora sem articular qualquer palavra. O mesmo rapaz, segundo informações, olhando pela segunda vez a Imagem teve outro ataque, novamente ficando em estado inconsciente.


José Farias, o jovem que supostamente ficou mudo após a Santa chorar.
Fonte: O Poti.




Um bilhete de afirmação

Escrito em péssimo português, foi mostrado ao repórter um bilhete feito pelo jovem José Farias no qual dizia aquele rapaz que Nossa Senhora de Fátima o havia tirado a fala a fim de que ele não revelasse que tivera uma visão, dito o rapaz faz-se entender por gestos e segundo conseguiu saber o repórter, antes de o mesmo perder a fala mandou chamar uma senhorinha sua conhecida e residente a mesma rua e pediu para que ele não continuasse a dançar, atendendo assim a uma promessa feita a Santa...



Horário dos choros

Escrito em péssimo português e que tem estado em contato com a Imagem afirmaram que a Santa sempre estar a chorar nos horários das duas, quatro e seis horas, momentos em que aumenta a turma interessada no desfecho desse interessante caso que vinha polarizando as atenções da maioria da população.


A vez da igreja

Dadas as circunstancias em que apareceu a Imagem e o interesse que se avolumava em torno do assunto, o jornal dizia que a Igreja tinha por obrigação de tomar conhecimento do fato para em caso de não se constatar a veracidade do que se afirmava procurar cessar as explorações que se vinha a fazer, prevenindo desde logo os incautos para tomassem as suas precauções. O jornal ficou em atitude de expectativa aguardando o desenrolar dos acontecimentos.


Fonte: o Poti, 18/02/1956, p.3.




A rua São Sebastião nas Rocas atualmente.
A casa do meio é a de numero 47 onde supostamente teria ocorrido o fenômeno descrito a cima.
Fonte: Google Earth.



Não encontramos maiores informações sobre o ocorrido e a posição da igreja sobre o tal fenômeno. Se não se confirmou o fenômeno, ao menos hoje serve como um pitoresco ocorrido naquele bairro da capital potiguar.

Da nossa parte apenas dizemos como São Paulo “tudo conhecer, nada desdenhar”.




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