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terça-feira, 14 de março de 2023

Ladrões arrombam Igreja de Nossa Senhora do Ó em Serra Negra do Norte (RN)

 


A Igreja de Nossa Senhora do Ó, da cidade de Serra Negra do Norte (RN), foi arrombada na madrugada desta segunda-feira (13), por volta das 03h.

De acordo com informações repassadas ao Blog do Sidney Silva pelo radialista Donaldo Nazário Serra, pelo menos 5 homens, 4 deles encapuzados, entraram na igreja e roubaram a coroa da Imagem de Nossa Senhora do Ó, arrombaram o Sacrário e espalharam as hóstias pelo presbitério e altar. A informação inicial da conta que a coroa não tem valor comercial.

Os ladrões arrombaram a porta principal do templo. Na fuga, um deles deixou cair um relógio. Eles estavam em um veículo Ford Ka de cor branca e foram vistos transitando na cidade por volta das 22h.

O pároco, Padre José Mário, foi acionado e rapidamente chegou ao local, constatou o roubo e se deslocou para Caicó, onde registrou queixa na Delegacia de Polícia Civil. O templo ficou isolado pela Polícia Militar.

Sidney Silva/ Robson Pires.

sábado, 11 de março de 2023

II Pregação da Quaresma 2023 O Evangelho é poder de Deus para todo aquele que crê” (Rm 1,16)


O pregador da Casa Pontifícia, cardeal Raniero Cantalamessa, OFMCap, propôs à Cúria Romana, nesta sexta-feira, 10 de março, a segunda pregação da Quaresma intitulada “O Evangelho é poder de Deus para todo aquele que crê” (Rm 1,16)

Fr. Raniero Card. Cantalamessa, OFMCap


“O EVANGELHO É PODER DE DEUS PARA TODO AQUELE QUE CRÊ”(Rm 1,16)

Segunda Pregação, Quaresma de 2023


Da Evangelii Nuntiandi de São Paulo VI à Evangelii gaudium do atual Sumo Pontífice, o tema da evangelização tem estado no centro das atenções do Magistério papal. A isso, têm contribuído as grandes encíclicas de São João Paulo II, como também a instituição do Pontifício Conselho para a Evangelização, promovido por Bento XVI. A mesma preocupação se nota no título dado à constituição para a reforma da Cúria Praedicate Evangelium e na denominação “Dicastério para a Evangelização”, dada à antiga Congregação de Propaganda Fide. A mesma finalidade é designada agora principalmente ao Sínodo da Igreja. A ela, isto é, à evangelização, gostaria de dedicar a presente meditação.

A definição mais sucinta e mais impregnante da evangelização é a que se lê na Primeira Carta de Pedro. Nela, os apóstolos são definidos: “aqueles que vos evangelizaram em virtude do Espírito Santo” (1Pd 1,12). Aí está expresso o essencial sobre a evangelização, isto é, o seu conteúdo – o Evangelho – e o seu método – no Espírito Santo.

Para saber o que se entende com a palavra “Evangelho”, a via mais segura é perguntar a quem usou por primeiro esta palavra grega e a tornou canônica na linguagem cristã, o apóstolo Paulo. Temos a felicidade de possuir uma exposição, de seu próprio punho, que explica o que ele entende por “Evangelho”, e é a Carta aos Romanos. O tema dela é anunciado com as palavras: “Eu não me envergonho do evangelho, pois ele é poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê” (Rm 1,16)

Para o sucesso de todo novo esforço de evangelização, é vital ter claro o núcleo essencial do anúncio cristão, e isto ninguém trouxe à luz melhor do que o apóstolo nos primeiros três capítulos da Carta aos Romanos. Do entender e aplicar à situação atual a sua mensagem depende, estou convencido, se dos nossos esforços nascerem filhos de Deus, ou se se terá que repetir amargamente com Isaías: “Engravidamos e tivemos dores de parto, mas demos à luz o vento; não trouxemos melhoras à terra, e não nasceram novos habitantes para o mundo” (Is 26,18).

A mensagem do Apóstolo naqueles três primeiros capítulos da sua Carta pode ser resumida em dois pontos: primeiro, qual é a situação da humanidade diante de Deus em seguida ao pecado; segundo, como se sai dela, isto é, como nos salvamos pela fé e nos tornamos nova criatura.  Sigamos o Apóstolo em seu estreito raciocínio. Melhor, sigamos o Espírito que fala por meio dele. Quem já fez viagens de avião, terá escutado algumas vezes o aviso: “Afivelem os cintos, estamos passando por uma área de turbulência”. Seria preciso fazer ressoar o mesmo aviso a quem se presta a ler as seguintes palavras de Paulo.

Revela-se do céu a ira de Deus contra toda impiedade e injustiça dos homens que na injustiça impedem a verdade, pois o que de Deus se pode conhecer é entre eles manifesto, já que Deus o manifestou a eles. De fato, os atributos invisíveis de Deus, seu poder eterno e sua divindade, são compreendidos através das coisas feitas, desde a criação do mundo, a fim de que eles não tenham desculpa. Por isso, mesmo tendo conhecido a Deus, nem o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças. Pelo contrário, perderam-se em seus pensamentos fúteis, e seu coração insensato se obscureceu. Dizendo-se sábios, tornaram-se tolos e trocaram a glória do Deus incorruptível pela aparência da imagem de um ser humano corruptível e de pássaros, quadrúpedes e répteis (Rm 1,18-23).

O pecado fundamental, o objeto primário da ira divina, é identificado, como se vê, na asebeia, isto é, na impiedade. Em que consiste, exatamente, tal impiedade, o Apóstolo explica imediatamente, afirmando que ela consiste na rejeição em “glorificar” e “agradecer” a Deus. Estranho! Este fato de não glorificar e agradecer a Deus o suficiente parece-nos, sim, um pecado, mas não tão terrível e mortal. É preciso entender o que se esconde por detrás disso: a rejeição em reconhecer Deus como Deus, o não lhe tributar a consideração que lhe é devida. Consiste, poderíamos dizer, em “ignorar” Deus, onde ignorar não significa tanto “não saber que existe”, mas “fazer como se não existisse”.

No Antigo Testamento, ouvimos Moisés que grita ao povo: “Reconhecei que Deus é Deus!” (cf. Dt 7,9) e um salmista retoma tal grito, dizendo: “Reconhecei que o Senhor é Deus; Ele nos fez, nós somos dele” (Sl 100,3). Reduzido ao seu núcleo germinativo, o pecado é negar este “reconhecimento”; é a tentativa, da parte da criatura, de cancelar, de iniciativa própria, quase por prepotência, a diferença infinita que há entre ela e Deus. O pecado ataca, de tal maneira, a própria raiz das coisas; é um “impedir a verdade na injustiça”. É algo de muito mais sombrio e terrível do que o homem possa imaginar ou dizer. Se os homens soubessem, enquanto vivos, como o saberão no momento da morte, o que significa a rejeição de Deus, morreriam de susto.

Tal rejeição tomou corpo, ouvimos, na idolatria, pela qual se adora a criatura no lugar do Criador. Na idolatria, o homem não “aceita” Deus, mas faz para si um deus; é ele a decidir por Deus, não vice-versa. Os papéis são invertidos: o homem se torna o oleiro e Deus o vaso que ele modela a seu bel-prazer (cf. Rm 9,20ss.). Hoje, esta antiga tentativa assumiu uma nova veste. Ela não consiste em pôr algo – nem mesmo a si mesmo – no lugar de Deus, mas em abolir, pura e simplesmente, o papel indicado pela palavra “Deus”. Niilismo! O Nada no lugar de Deus. Mas não é o caso de nos determos sobre isso neste momento; interromperia a escuta do Apóstolo, que, por sua vez, continua o seu firme raciocínio.

Paulo prossegue a sua acusação mostrando os frutos que brotam, no plano moral, da rejeição de Deus. Daí deriva uma dissolução geral dos costumes, uma verdadeira e própria “torrente de perdição” que arrasta a humanidade em ruína. E aqui, o Apóstolo traça um quadro impressionante dos vícios da sociedade pagã. A coisa mais importante a se considerar, em base a esta parte da mensagem paulina, não é, contudo, esta lista de vícios, presente, além do mais, também junto aos moralistas estoicos do tempo. A coisa mais desconcertante, à primeira vista, é que São Paulo faz de tudo isso desordem moral, não a causa, mas o efeito da ira divina. Por três vezes retorna a fórmula que afirma isso de modo inequívoco:

Por isso, os entregou à impureza (...). Por causa disso, Deus os entregou a paixões vergonhosas (...). E, porque não quiseram alcançar a Deus pelo conhecimento, Deus os entregou ao seu reprovado modo de pensar (Rm 1,24.26.28).

Deus, certamente, não “quer” tais coisas, mas ele as “permite” para fazer o homem compreender aonde leva a rejeição a Ele. “Estas ações – escreve Santo Agostinho – embora sejam castigo, são elas também pecados, pois a pena da iniquidade é ser, ela própria, iniquidade; Deus intervém para punir o mal e, da sua mesma punição, abundam outros pecados[1].

Não há distinções diante de Deus entre judeus e gregos, entre fiéis e pagãos: “Todos pecaram e estão destituídos da glória de Deus” (Rm 3,23). O Apóstolo faz tanta questão de nos esclarecer este ponto, que a ele dedica todo o capítulo segundo e parte do terceiro da sua Carta. É a humanidade inteira que se encontra nesta situação de perdição, não este ou aquele indivíduo ou povo.

Onde está, em tudo isso, a atualidade da mensagem do Apóstolo da qual eu falava? Está no remédio que o Evangelho propõe a esta situação. Ele não consiste em se empenhar em uma luta pela reforma moral da sociedade, para a correção dos seus vícios. Seria, para ele, como querer desenraizar uma árvore começando por lhe tirar as folhas ou os ramos mais expostos, ou então preocupar-se em eliminar a febre, ao invés de tratar a doença que a provoca.

Traduzido em linguagem atual, isto significa que a evangelização não começa com a moral, mas com o querigma; na linguagem do Novo Testamento, não com a Lei, mas com o Evangelho. E qual é o conteúdo, ou o núcleo central disso? O que Paulo quer dizer por “Evangelho” quando diz que ele “poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê”? Crer no quê? “Manifestou-se a justiça de Deus!” (Rm 3,21): eis a novidade. Não são os homens que, improvisamente, mudaram vida e costumes e se puseram a fazer o bem. O fato novo é que, na plenitude dos tempos, Deus agiu, rompeu o silêncio, estendeu a sua mão por primeiro ao homem pecador.

Mas ouçamos agora diretamente o Apóstolo, que nos explica em que consiste este “agir” de Deus. São palavras que temos lido ou escutado centenas de vezes, mas ama-se escutar sempre de nova as árias de uma bela sinfonia:

Pois todos pecaram e estão destituídos da glória de Deus. Esses são justificados gratuitamente pela graça de Deus, por meio da redenção em Cristo Jesus. É ele que Deus expôs como instrumento de expiação com o seu sangue, mediante a fé, para demonstrar sua justiça, deixando sem castigo os pecados outrora cometidos sob a tolerância de Deus; e para demonstrar sua justiça no tempo presente, a fim de ser justo e tornar justo aquele que tem fé em Jesus (Rm 3,23-26).

Gostaria logo de tranquilizar a todos: não tenho o intuito de fazer uma enésima pregação sobre a justificação mediante a fé. Há um perigo em insistir unicamente sobre este tema. Não é uma doutrina que Paulo nos apresenta, mas um evento, antes, uma pessoa. Nós não somos salvos genericamente “pela graça”: somos salvos pela graça de Cristo Jesus; não somos justificados genericamente “por meio da fé”: somos justificados por meio da fé em Cristo Jesus. Tudo mudou “por meio da redenção em Cristo Jesus”. O verdadeiro artigo com que está em pé ou cai a Igreja (o famoso Articulum stantis edt cadentis Ecclesiae) não é uma doutrina, mas uma pessoa.

Fico sem palavras cada vez que releio esta parte da Carta aos Romanos. Após ter descrito, com os tons que ouvimos, a situação desesperada da humanidade, o Apóstolo tem a coragem de dizer que ela mudou radicalmente por causa do que aconteceu poucos anos antes, em uma obscura parte do império romano, por obra de um só homem, ainda por cima, morto em uma cruz! Apenas uma “ponta” do Espírito Santo, um seu fulgor, podia dar a um homem a ousadia de crer e proclamar esta coisa inaudita. Ainda mais que este mesmo homem outrora se tornava “furioso” se alguém ousasse proclamar em sua presença uma coisa do gênero. O diácono Estêvão pagou tal preço...

Em nós, o choque é atenuado por vinte séculos de confirmações, mas pensemos sobre como deviam soar as palavras do Apóstolo a pessoas cultas do tempo. Ele mesmo se dava conta; por isso, sentiu a necessidade de dizer: “Eu não me envergonho do evangelho” (Rm 1,16). Poder-se-ia, de fato, envergonhar-se dele. Não consigo entender como historiadores honestos possam crer (como aconteceu por tanto tempo) que Paulo tenha tirado esta sua certeza dos cultos helenísticos, ou não sei de qual outra fonte. Quem teria imaginado, ou poderia humanamente imaginar, algo do gênero?

Mas voltemos ao nosso intuito específico, que é a evangelização. O que aprendemos da palavra de Deus que acabamos de ouvir? Aos pagãos, Paulo não diz que o remédio à sua idolatria está em voltar a interrogar o universo para das criaturas reportar-se a Deus; aos judeus, não diz que o remédio está em voltar a observar melhor a Lei de Moisés. O remédio não está no alto ou atrás; está adiante, está em acolher “a redenção em Cristo Jesus”.

Paulo, para dizer a verdade, não diz algo totalmente novo. Se fosse ele o autor desta mensagem inaudita, teriam razão aqueles que dizem que o verdadeiro fundador do cristianismo é Saulo de Tarso, não Jesus de Nazaré. Mas estão errados! Paulo não faz outra coisa senão retomar, adaptando-o à situação do momento, o anúncio inaugural da pregação de Jesus: “Cumpriu-se o tempo, e está próximo o Reino de Deus. Convertei-vos e crede no Evangelho” (Mc 1,15). Em sua boca, “convertei-vos” não queria dizer, como nos antigos profetas e em João Batista: “Voltai atrás, observai a Lei e os mandamentos”; significa mais: “Dai um passo à frente; entrai no Reino que gratuitamente veio em vosso meio! Crede no Evangelho!”. Converter-se é crer. “A primeira conversão consiste em crer”, escreveu Santo Tomás de Aquino: Prima conversio fit per fidem[2].

Nem o discurso de Jesus, nem o de Paulo se detêm, naturalmente, neste ponto. Em sua pregação, Jesus exporá o que comporta acolher o Reino e Paulo dedicará toda a segunda parte da sua Carta a elencar as obras, ou as virtudes, que devem caracterizar quem se tornou criatura nova. Ao querigma, faz seguir a parênese, ao anúncio, a exortação. O importante é a ordem a ser seguida na vida e no anúncio, de onde começar, pois, já dizia São Gregório Magno “não se chega à fé partindo das virtudes, mas às virtudes partindo da fé”[3]. Toda iniciativa de evangelização que quisesse começar com reformar os costumes da sociedade, antes de buscar mudar o coração das pessoas, é fadada a cair no nada, ou, pior, na política.

Mas não é o caso de insistir nem mesmo sobre isso, neste momento. Devemos, antes, colher o ensinamento positivo do Apóstolo. O que diz a palavra de Deus a uma Igreja que – mesmo ferida em si mesma e comprometida aos olhos do mundo – tem um suspiro de esperança e quer retomar, com novo impulso, a sua missão evangelizadora? Diz que é preciso recomeçar a partir da pessoa de Cristo, falar dele “oportuna e inoportunamente”; jamais dar por certo, ou pressuposto, o discurso sobre ele. Jesus não deve estar no pano de fundo, mas no coração de todo anúncio.

O mundo secular faz de tudo (e infelizmente consegue!) para manter o nome de Jesus longe, ou silenciado, em todo discurso sobre a Igreja. Nós devemos fazer de tudo para mantê-lo sempre presente. Não para nos refugiarmos por detrás dele, mas porque é ele a força e a vida da Igreja. No início da Evangelii gaudium, lemos estas palavras:

Convido todo o cristão, em qualquer lugar e situação que se encontre, a renovar hoje mesmo o seu encontro pessoal com Jesus Cristo ou, pelo menos, a tomar a decisão de se deixar encontrar por Ele, de O procurar dia a dia sem cessar. Não há motivo para alguém poder pensar que este convite não lhe diz respeito.

Que eu saiba, esta é a primeira vez que, em um documento oficial do Magistério, aparece a expressão “encontro pessoal com Cristo”. Apesar da sua aparente simplicidade, esta expressão contém uma novidade que devemos procurar entender.

Na pastoral e na espiritualidade católica, eram familiares, no passado, outros modos de conceber a nossa relação com Cristo. Falava-se de uma relação doutrinal, que consistia em crer em Cristo; de uma relação sacramental, que se realiza nos sacramentos; de uma relação eclesial, enquanto membros do corpo de Cristo, que é a Igreja; falava-se também de uma relação mística ou esponsal, reservada a algumas almas privilegiadas. Não se falava – ou ao menos não era comum falar – de uma relação pessoal – como entre um eu e um tu –, aberta a todo crente.

Durante os cinco séculos que temos às costas – que impropriamente são chamados “da Contrarreforma” –, a espiritualidade e a pastoral católica têm olhado com suspeita para este modo de conceber a salvação. Via-se aí o perigo (de resto, totalmente o contrário de remoto e hipotético) do subjetivismo, isto é, de conceber a fé e a salvação como um fato individual, sem uma verdadeira relação com a Tradição e com a fé do resto da Igreja. O multiplicar-se das correntes e das denominações no mundo Protestante não fazia outra coisa senão reforçar esta convicção.

Entramos agora, graças a Deus, em uma nova fase, na qual nos esforçamos em ver as diferenças, não necessariamente como incompatíveis entre si e, portanto, a serem combatidas, mas, até onde é possível, como riquezas a serem compartilhadas. Neste novo clima, entende-se a exortação para haver uma “relação pessoal com Cristo”. Este modo de conceber a fé nos parece, antes, o único possível desde quando a fé não é mais um fato pressuposto que se absorve quando crianças com a educação familiar e escolástica, mas é fruto de uma decisão pessoal. O sucesso de uma missão não pode ser medido pelo número das confissões ouvidas e das comunhões distribuídas, mas de quantas pessoas passaram de ser cristãos de nome a cristãos reais, isto é, convictos e ativos na comunidade.

Procuremos entender em que consiste, concretamente, este famoso “encontro pessoal” com Cristo. Eu digo que é como encontrar uma pessoa ao vivo, depois de tê-la conhecido por anos apenas por fotografia. Pode-se conhecer livros sobre Jesus, doutrinas, heresias sobre Jesus, conceitos sobre Jesus, mas não o conhecer vivo e presente (insisto sobretudo sobre estes dois adjetivos: um Jesus ressuscitado e vivo e um Jesus presente!). Para muitos, mesmo batizados e crentes, Jesus é um personagem do passado, não uma pessoa viva no presente.

Ajuda-nos a entender a diferença aquilo que acontece no âmbito humano, quando se passa do conhecer uma pessoa ao enamorar-se dela. Alguém pode conhecer tudo sobre uma mulher ou um homem: como se chama, quantos anos tem, que estudos fez, a qual família pertence... Depois, um dia acende uma fagulha e se enamora daquela mulher ou daquele homem. Tudo muda. Quer estar com aquela pessoa, agradá-la, tê-la para si, tem medo de desagradá-la e de não ser digno dela.


Como fazer para que se acenda em muitos aquela fagulha em relação à pessoa de Jesus?  Ela não se acenderá em quem escuta a mensagem do Evangelho, se não se acendeu antes – ao menos como desejo, como busca e como propósito – em quem o proclama. Houve e há exceções; a palavra de Deus tem uma força própria e pode agir, às vezes, mesmo se pronunciada por quem não a vive; mas é exceção.

Para consolação e encorajamento de quantos trabalham institucionalmente no campo da evangelização, gostaria de lhes dizer que nem tudo depende deles. Deles, depende criar as condições para que se acenda aquela fagulha e se difunda. Mas ela acende nas maneiras e nos momentos mais impensáveis. Na maioria dos casos que conheci em minha vida, a descoberta de Cristo que mudou a vida tinha sido ocasionada a partir do encontro com alguém que já tinha experimentado aquela graça, da participação de um encontro, da escuta de um testemunho, de ter experimentado a presença de Deus em um momento de grande sofrimento, e – não posso omiti-lo, pois assim aconteceu também para mim – de ter recebido o chamado batismo do Espírito.

Aqui se vê a necessidade de designar sempre mais os leigos, homens e mulheres, para a evangelização. Eles estão mais inseridos nas tramas da vida em que normalmente se realizam aquelas circunstâncias. Também pela escassez de número, a nós, do clero, torna-se mais fácil sermos pastores do que pescadores de almas: mais fácil apascentar com as palavras e os sacramentos aqueles que vêm à Igreja, do que partir ao alto-mar a pescar os distantes. Os leigos podem nos suprir na tarefa de pescadores. Muitos deles descobriram o que significa conhecer Jesus vivo e estão ansiosos para compartilhar com outros a sua descoberta.

Os movimentos eclesiais, surgidos após o Concílio, foram para muitos o lugar em que fizeram tal descoberta. Em sua homilia na Missa Crismal da Quinta-feira Santa de 2012, a última do seu pontificado, Bento XVI afirmou: “Quem observa a história do período pós-conciliar pode reconhecer a dinâmica da verdadeira renovação, que frequentemente assumiu formas inesperadas em movimentos cheios de vida e que tornam quase palpável a vivacidade inexaurível da santa Igreja, a presença e a ação eficaz do Espírito Santo”. Junto com os bons frutos, alguns desses movimentos produziram também frutos podres. É preciso recordar-se da expressão: “Não jogue o bebê fora junto com a água do banho”.

Termino com as palavras conclusivas do Itinerário da mente para Deus, de São Boaventura, porque elas nos sugerem de onde começar para realizar, ou renovar, a nossa “relação pessoal com Cristo” e nos tornarmos seus corajosos anunciadores:

É este um dom místico e secretíssimo – escreve – que ninguém conhece, senão quem o recebe. Nem o recebe, senão quem o deseja. Nem o deseja, senão quem está inflamado profundamente pelo fogo do Espírito Santo que Jesus Cristo enviou à terra[4].


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Tradução de Fr. Ricardo Farias, ofmcap


 [1] Cf. Agostinho, De natura et gratia, 22,24.


[2] Cf. Tomás de Aquino, S.Th. I-IIae, q.113, a. 4.


[3] Cf. Gregório Magno, Homilias sobre Ezequiel, II,7 (PL 76, 1018).


[4] Cf. Boaventura de Bagnoregio, Itinerarium mentis in Deum, VII,4.


Informações: Vatican News

Reflexão para o III Domingo da Quaresma

No Evangelho, a samaritana vai atrás da água para matar sua sede. Jesus, também. É meio-dia! Lembremo-nos que alguns meses mais adiante, nessa mesma hora, Jesus dirá que tem sede. Será do alto da cruz.

Em nossa vida, quando tudo vai de acordo com os nossos desejos, ficamos alegres, contentes e cordatos. Mas basta acontecer algo que não estava planejado, ou melhor, faltar algo com que contávamos, para que nossa alegria desapareça e comecemos a duvidar de tudo, inclusive daquela pessoa que proporcionou e continua nos proporcionando esses bens. Assim aconteceu com o povo judeu após a libertação do Egito.

Enquanto caminhavam rumo à terra prometida, a água veio a faltar. A reação foi tamanha que esqueceram as maravilhas que o Senhor havia operado em favor deles e até chegaram a desconfiar da fidelidade de Deus. Apesar dessa atitude, o Senhor continuou fazendo o bem ao povo e providenciou a água.

Podemos neste momento, fazer um exame de consciência de nossa vida. O Senhor nos deu a vida, nos alimenta, nos deu família, saúde e uma infinidade de bens, sejam espirituais ou materiais. Qual o nosso comportamento quando algo nos falta? Continuamos a nos sentir o centro do amor de Deus, ou nos esquecemos tudo o que Ele nos presenteou e só estamos atentos àquilo que nos falta?

No Evangelho, a samaritana vai atrás da água para matar sua sede. Jesus, também. É meio-dia!

Lembremo-nos que alguns meses mais adiante, nessa mesma hora, Jesus dirá que tem sede. Será do alto da cruz.

A samaritana escutando Jesus, diz desejar da água que ele lhe oferece, para que todas as suas necessidades sejam saciadas e ela não precise mais vir ao poço. Jesus continua a conversa e a samaritana, entendendo sua proposta, dá um salto qualitativo e deseja a água viva, aquela que irá aplacar não seus desejos limitados, mas a que irá saciar seus desejos de eternidade. Ele fala da nova vida que nos dará através de sua morte e ressurreição, assumida por nós nas águas batismais.

São Paulo, em sua carta aos Romanos, nos diz que a saciedade que ansiamos é um dom de Deus, já usufuruído aqui nesta vida, é o dom do Espírito Santo, o Amor de Deus derramado em nossos corações. Essa é a água que nos sacia, sem a qual não poderemos viver.

Padre Cesar Augusto, SJ - Vatican News

sexta-feira, 10 de março de 2023

Sínodo alemão aprova "bênção" homossexual.


O Sínodo alemão em 10 de março aprovou um documento intitulado "Bênçãos aos casais que se amam", incluindo homossexuais e adúlteros.

Apenas nove bispos votaram contra esta flagrante contradição da verdade e das Sagradas Escrituras, enquanto 38 votaram a favor e 11 se abstiveram. Se estes tivessem votado "não", teriam bloqueado esta "abominação" (ver a Bíblia e o Catecismo).

O voto dos bispos contra o texto não impressionou. O bispo Gregor Hanke (Eichstätt) anunciou seu voto contra porque essas "bênçãos" traçam um paralelo entre relacionamentos entre pessoas do mesmo sexo e casamento... como se esse fosse o problema real.

O bispo Rudolf Voderholzer (Regensburg) justificou seu não dizendo que "não tinha certeza" de que uma bênção era a maneira de "respeitar os homossexuais".

Os bispos alemães estarão agora trabalhando em uma cerimônia para bênçãos homossexuais e iniciarão oficialmente esse abuso em março de 2026. Na verdade, essa zombaria de Deus já está sendo praticada e um padre que se opõe a ela é marginalizado.

O homossexualista Johan Bonny (Antuérpia, Bélgica) compareceu "espontaneamente" como orador convidado e disse que os bispos flamengos foram a Roma em novembro de 2022 para falar sobre a "bênção" homossexual com Francisco, que não disse nem sim nem não à "bênção" homossexual. mas falou do "domínio pastoral do seu país"

Francis pediu apenas para permanecer unido [no pecado] perguntando a Bonny duas vezes: "Vocês estão avançando juntos?" Bonny respondeu: "Sim". Atos homossexuais são um pecado mortal que leva à condenação eterna.

Informações e imagem: It.News

quinta-feira, 9 de março de 2023

Francisco reforma Conselho de Cardeais




Em 7 de março, Francisco reformulou seu Conselho de Cardeais, que deveria aconselhá-lo sobre o governo da Igreja. Agora tem nove membros novamente. O Bispo Mellino continua sendo seu secretário.

Substituídos: Bertello (aposentado), Maradiaga (aposentado, ex-coordenador do grupo), Marx (Munique).

Confirmados: Besungu (Kinshasa), Gracias (Bombaim), O'Malley (Boston), Parolin (Curia).

Novos: Da Rocha (São Salvador da Bahia), Hollerich (Luxemburgo), Lacroix (Québec), Omella (Barcelona), Vérgez (Estado da Cidade do Vaticano).

Informações Gloria.TV

terça-feira, 7 de março de 2023

Governo Lula se recusa a condenar repressão na Nicarágua


O Brasil não aderiu a uma carta assinada por 55 países condenando o regime de Daniel Ortega na Nicarágua. A carta foi aprovada em uma reunião no Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) na sexta-feira (3) e contou com a adesão de governos de esquerda da América Latina como Chile e a Colômbia, além de potências como EUA, Reino Unido e Alemanha.

Ortega, um ex-guerrilheiro de esquerda que acumula 29 anos no poder na Nicarágua, vem aumentando a perseguição à Igreja desde 2018, quando bispos e padres apoiaram as manifestações de protesto contra o governo nicaraguense por causa das más condições de vida.

O bispo de Matagalpa, dom Rolando Álvarez, foi condenado a 26 anos de prisão, em 10 de fevereiro deste ano, por “conspiração para minar a integridade nacional e propagação de falsas notícias através das tecnologias da informação e da comunicação em detrimento do Estado e da sociedade nicaraguense”.

Ordens religiosas como as Missionárias da Caridade fundadas por santa madre Teresa de Calcutá foram expulsas do país. Vários meios de comunicação católicos foram fechados e há padres presos e exilados.

Segundo o Ministério das Relações Exteriores do Brasil, o governo brasileiro chegou a fazer parte da negociação do texto final, sugerindo uma nova linguagem que mantivesse espaço para um diálogo com o governo da Nicarágua. A proposta foi rejeitada e o governo optou por não aderir a carta.

O Partido dos Trabalhadores, fundado em 1982, é um aliado próximo da frente Sandinista de Libertação Nacional, que tomou o poder na Nicarágua em 1979 já sob a chefia de Daniel Ortega.

Com informações ACI DIGITAL

Santas Felicidade e Perpétua


Estas duas santas morreram martirizadas em Cartago (África) em 7 de março do ano 203.

Perpétua era uma jovem mãe, de 22 anos que tinha um bebê de poucos meses. Pertencia a uma família rica e muito estimada por toda a população. Enquanto estava na prisão, a pedido de seus companheiros mártires, foi escrevendo um diário de tudo o que ia acontecendo.

Felicidade era uma escrava de Perpétua. Era também muito jovem e na prisão deu à luz uma menina, que depois os cristãos se encarregaram de criar muito bem.

As acompanharam em seu martírio alguns escravos que foram aprisionados junto com elas, e o catequista, o diácono Sáturo, que as havia instruído na religião e as tinha preparado para o batismo.

Sáturo não foi preso, mas ele se apresentou voluntariamente. Os antigos documentos que narram o martírio destas duas santas, eram imensamente estimados na antigüidade, e Santo Agostinho diz que eram lidos nas igrejas com grande proveito para os ouvintes. Esses documentos narram o seguinte.

No ano 202 o imperador Severo mandou que os que continuassem sendo cristãos e não quisessem adorar aos falsos deuses tinham que morrer. Perpétua estava celebrando uma reunião religiosa em sua casa de Cartago quando chegou a polícia do imperador e a levou prisioneira, junto com sua escrava Felicidade e os escravos Revocato, Saturnino e Segundo.

Diz Perpétua em seu diário: "Nos jogaram na cárcere e eu fiquei consternada porque nunca tinha estado em um lugar tão escuro. O calor era insuportável e éramos muitas pessoas em um subterrâneo muito estreito. Parecia que ia morrer de calor e de asfixia e sofria por não poder ter junto a mim o meu filho que era de tão poucos meses e que necessitava muito de mim. O que eu mais pedia a deus era que nos concedesse um grande valor para ser capazes de sofrer e lutar por nossa santa religião"

Afortunadamente no dia seguinte chegaram os diáconos católicos e deram dinheiro aos carcereiros para que passassem aos presos a outra habitação menos sufocante e escura que a anterior, e foram levados a uma sala onde pelo menos entrava a luz do sol, e não ficavam tão apertados e incômodos. E permitiram que levassem o menino à Perpétua, o qual estava secando de pena e acabamento. Ela disse em seu diário: "Desde que tive meu pequenino junto de mim, e aquilo não me parecia uma prisão mas um palácio, e me sentia cheia de alegria. E o menino também recobrou sua alegria e seu vigor". As tias e a avó se encarregaram depois de sua criação e de sua educação.

O chefe do governo de Cartago chamou a juízo a Perpétua e seus servidores. Na noite anterior Perpétua teve uma visão na qual lhe foi dito que teriam que subir por uma escada cheia de sofrimentos, mas que no final de tão dolorosa pendente, estava um Paraíso Eterno que lhes esperava. Ela narrou a seus companheiros a visão que tinha tido e todos se entusiasmaram e se propuseram permanecer fiéis na fé até o fim.

Primeiro passaram os escravos e o diácono. Todos proclamaram diante das autoridades que eles eram cristãos e que preferiam morrer antes que adorar a falsos deuses.

Logo chamaram a Perpétua. O juiz lhe rogava que deixasse a religião de Cristo e que se passasse à religião pagã e que assim salvaria a sua vida. E recordava que ela era uma mulher muito jovem e de família rica. Mas Perpétua proclamou que estava resoluta a ser fiel até a morte, à religião de Cristo Jesus. Então chegou seu pai (o único da família que não era cristão) e de joelhos lhe rogava e lhe suplicava que não persistisse em chamar-se cristã. Que aceitasse a religião do imperador. Que o fizesse por amor a seu pai e a seu filhinho. Ela se comovia intensamente mas terminou dizendo-lhe: Pai, como se chama esta vasilha que há aí na frente? "Uma bandeja", respondeu o pai. Pois bem, "essa vasilha deve ser chamada de bandeja, e não de pote ou colher, porque é uma bandeja. E eu que sou cristã, não posso me chamar pagã, nem de nenhuma outra religião, porque sou cristã e o quero ser para sempre".

E acrescenta o diário escrito por Perpétua: "Meu pai era o único da minha família que não se alegrava porque nós íamos ser mártires por Cristo".

O juiz decretou que os três homens seriam levados ao circo e ali diante da multidão seriam destroçados pelas feras no dia da festa do imperador, e que as duas mulheres seriam jogadas e amarradas diante de uma vaca furiosa para que as massacrasse. Mas havia um inconveniente : que Felicidade ia ser mãe, e a lei proibia matar uma mulher que ia dar a luz. E ela sim desejava ser martirizada por amor a Cristo. Então os cristãos oraram com fé, e Felicidade deu à luz uma linda menina, a qual foi confiada a cristãs fervorosas, e assim ela pode sofrer o martírio.

Um carcereiro debochava dizendo: "Agora se queixa pelas dores do parto. E quando chegarem das dores do martírio o que fará? Ela respondeu-lhe: "Agora sou fraca porque sofre a minha pobre natureza. Mas quando chegar o martírio a graça de Deus me acompanhará, e me encherá de força".

Aos condenados a morte permitia que fizessem uma Ceia de Despedia.

Perpétua e seus companheiros converteram sua ceia final em uma Ceia Eucarística. Dois santos diáconos levaram a comunhão a eles, e depois de orar e de animar-se uns aos outros se abraçaram e se despediram com o beijo da paz. Todos estavam animados, alegremente dispostos a entregar a vida para proclamar sua fé em Jesus Cristo.

Os escravos foram jogados às feras que os destroçaram e eles derramaram assim valentemente seu sangue por nossa religião.

Antes de levá-los à praça os soldados queriam que os homens entrassem vestidos de sacerdotes dos falsos deuses e as mulheres vestidas de sacerdotisas das deusas dos pagãos. Mas Perpétua se opôs fortemente e ninguém quis colocar vestidos de religiões falsas. O diácono Sáturo tinha conseguido converter ao cristianismo a um dos carcereiros, chamado Pudente, e disse-lhe: "Para que vejas que Cristo sim é Deus, te anuncio que serei jogado a um urso feroz, e essa fera não me causará dano algum". E assim sucedeu: o amarraram a o aproximaram da jaula de um urso muito agressivo. O feroz animal não quis fazer-lhe nenhum dano, e ao contrário deu uma tremenda mordida no domador que tratava de fazer com que se lançasse contra o santo diácono. Então soltaram a um leopardo e este com uma dentada destroçou a Sáturo. Quando o diácono estava moribundo, untou com seu sangue um anel e o colocou no dedo de Pudente e este aceitou definitivamente tornar-se cristão.

Perpétua e Felicidade foram envolvidas dentro de uma malha e as colocaram na metade da praça, e soltaram uma vaca bravíssima, a qual as chifrou sem misericórdia. Perpétua unicamente se preocupava por ir arrumando a roupa de maneira que não desse escândalo a ninguém por parecer pouco coberta. E arrumava também os cabelos para não parecer despenteada como uma chorona pagã. As pessoas emocionadas ao ver a valentia destas duas jovens mães, pediu que as tirassem pela porta onde iam os gladiadores vitoriosos. Perpétua, como voltando de um êxtase, perguntou: E onde está a tal vaca que ia nos atacar?

Mas logo esse povo cruel pediu que voltasse a trazê-las e que cortassem-lhes a cabeça diante de todos. Ao saber desta notícia, as duas jovens valentes se abraçaram emocionadas, e voltaram à praça. Felicidade teve a cabeça cortada com uma machadada, mas o carrasco que tinha que matar Perpétua estava muito nervoso e errou o golpe. Ela deu um grito de dor, mas estendeu bem a cabeça sobre o cepo e indicou ao carrasco com a mão, o lugar preciso de seu pescoço onde devia dar a machadada. Assim esta mulher valorosa até o último momento demonstrou que se morria mártir era por sua própria vontade e com toda generosidade.

Estas duas mulheres, uma rica e instruída e a outra humilde e simples serva, jovens esposas e mães, que na flor da vida preferiram renunciar às alegrias de um lar, com tal de permanecer fiéis à religião de Jesus Cristo, o que nos ensinam? Sacrificaram um meio século que poderia restar-lhes de vida nesta terra e estão a mais de 17 séculos gozando no Paraíso eterno.

Com informações ACI Digital

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