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quinta-feira, 29 de dezembro de 2022

Liturgia de dedicação de uma Igreja



Símbolo da realidade viva da Igreja

A riqueza simbólica da liturgia de dedicação de uma igreja constitui uma verdadeira catequese que exige ser aprofundada e degustada. Oferecemos ao leitor algumas considerações sobre o significado desse belo cerimonial litúrgico.

José Antonio Dominguez

Desde os primórdios do Cristianismo, os fiéis se reuniam em assembléia (ecclesiæ)para celebrar a Eucaristia, ministrar os sacramentos e ouvir a pregação da Palavra de Deus. Os lugares de reunião eram habitualmente suas próprias casas, onde utilizavam a sala mais espaçosa para esse fim. Alguns desses locais de culto são mencionados no Novo Testamento.

É certo – afirma o rubricista espanhol, Pe. Joaquín Solans, em seu Manual Litúrgico – que os Apóstolos celebravam os liturgia_dedica??o.jpgDivinos Mistérios em casas particulares. Nos Atos dos Apóstolos (20, 7-11), conta-se que São Paulo o fez num terceiro andar, adornado com muitas lâmpadas, onde se haviam reunido os fiéis, aos quais, depois de bem instruídos, distribuiu o Pão Eucarístico.

Também é tradição certa que o Príncipe dos Apóstolos, São Pedro, se hospedava em Roma em casa do senador Pudente. Ali se congregavam os cristãos para ouvir suas instruções, assistir aos santos Mistérios e receber a Sagrada Eucaristia. Pode-se ainda ver esse venerando recinto na igreja de Santa Pudenciana, filha do fervoroso e santo senador 1.

Com o tempo, as casas nas quais se reunia a assembléia passaram a ter cômodos específicos reservados para o culto divino. E, a partir do fim do século II, esses prédios começam a ser chamados de Domus Ecclesiæ.

Ao longo do século III, esses aposentos foram crescendo em importância e as outras partes do edifício, destinadas a finalidades profanas, vão sendo separadas dele. A Domus Ecclesiæ se transforma em Domus Dei.

Consagração ao culto

Já a partir do século IV, a dedicação da Domus Dei era considerada uma das festas mais solenes da Liturgia, a fim de ressaltar o caráter sagrado do edifício, que não poderia mais ser usado para fins profanos. Comenta, a este respeito, Dom Guéranger: Nossas igrejas são santas por sua pertencença a Deus, pela celebração do Sacrifício, pelas preces e louvores nelas oferecidos ao Hóspede divino. A um título melhor do

que o tabernáculo simbólico ou o templo antigo, sua dedicação as separou para sempre de qualquer morada de homens e as elevou acima de qualquer palácio da Terra.

Contudo, não obstante os ritos cuja magnificência enche seu recinto no dia de sua consagração a Deus, sob o óleo santo do qual suas paredes permanecem para sempre impregnadas, elas não ficam menos desprovidas de sentimento e de vida.

O que dizer, pois, senão que essa sublime cerimônia de dedicação das igrejas, como também a festa destinada a perpetuar sua memória, não se detêm no santuário construído por nossas mãos, mas elevam-se a realidades mais augustas e vivas? A principal glória do nobre edifício será de simbolizar a grandeza. Sob a sombra de seus arcos a humanidade se iniciará em inefáveis segredos cujo mistério se consumará para além mundo, no pleno dia do Céu 2.

A igreja e a Jerusalém Celeste

No ritual litúrgico da dedicação de uma igreja destacam-se quatro elementos essenciais: a aspersão com a água benta, a deposição das relíquias dos santos, a unção sagrada do altar e da igreja, a incensação, a iluminação e, por fim, o principal, a Celebração Eucarística.

Por ser o edifício visível um sinal peculiar da Igreja peregrina na terra e imagem da Igreja que habita nos céus, a Jerusalém Celeste, esses ritos manifestam simbolicamente algo das obras invisíveis que o Senhor realiza por meio dos divinos mistérios da Igreja, ou seja, o Batismo, a Confirmação e a Eucaristia.

As inspiradas palavras de Santo Agostinho nos explicam com sublime genialidade a relação entre ambasas realidades: Esta é, de fato, a casa das no

ssas orações; mas nós próprios somos casa de Deus. Somos construídos como casa de Deus neste mundo e seremos dedicados solenemente no fim dos tempos. O edifício, ou melhor, a construção, faz-se com trabalho; a dedicação realiza-se com alegria. O que acontecia aqui quando esses materiais se erguiam, isso acontece agora quando se reúnem os que acreditam em Cristo. Com efeito, ao aceitarmos a Fé, é como se fossem cortadas as madeiras e as pedras nas florestas e nos montes. Ao sermos catequizados, batizados, instruídos, é como se fôssemos desbastados, alinhados e aplainados nas mãos dos carpinteiros e artistas. No entanto, esses materiais não constroem a casa do Senhor, senão quando se unem pela caridade. […] Por conseguinte, o que aqui vemos feito materialmente nas paredes, faça-se espiritualmente nas almas; e o que vemos aqui realizado nas pedras e madeiras, também se realize nos vossos corpos, por obra da graça de Deus 3.

E a própria Prece de Dedicação o confirma com a bela linguagem da liturgia latina: Este edifício faz vislumbrar o mistério da Igreja, que Cristo santificou com seu Sangue, para apresentá-la a Si mesmo, qual Esposa gloriosa, Virgem deslumbrante pela integridade da Fé, Mãe fecunda pela virtude do Espírito. […] Aqui, as ondas da graça divina sepultem os delitos, para que vossos filhos e filhas, ó Pai, mortos para o pecado, renasçam para a vida eterna.

[…] Aqui, como jubilosa oblação de louvor, ressoe a voz do gênero humano unida aos coros dos Anjos e suba até Vós a prece incessante pela salvação do mundo.


Aqui, os pobres encontrem misericórdia, os oprimidos alcancem a verdadeira liberdade e todos sintam a dignidade de ser vossos filhos e filhas, até que, exultantes, cheguem à Jerusalém Celeste.

Aspersão do altar e do templo

A Santa Missa começa substituindo o do ato penitencial pela a aspersão da água benta. Ela é um sacramental que, usado com Fé, nos purifica dos pecados veniais e afasta o espírito maligno. Por seu caráter exorcístico, se aspergem também o altar e as paredes da igreja, para purificá-los, assim como todo o povo, em sinal de penitência, e em lembrança do Batismo.

Assim como Cristo nos precedeu nas águas do Batismo, no Jordão – explica Dom Guéranger – as aspersões começam pelo altar que O representa e depois se fazem no edifício inteiro.

Primitivamente, era então que não só todo o interior e o pavimento do templo, mas também o exterior das paredes e, em alguns lugares, até os tetos eram inundados da chuva santificante que expulsa o demônio, dá a Deus essa morada e a prepara para os favores que se seguirão 4. Deposição das relíquias O costume de colocar relíquias de santos sob o altar originou-se nos primeiros séculos da Igreja, nas catacumbas, onde se tornou habitual celebrar a Missa sobre a pedra tumular de um mártir. Com isso, se queria significar que o sacrifício dos membros encontra seu princípio no sacrifício da Cabeça, que é Jesus Cristo.

Na atualidade, a Igreja não exige que as relíquias colocadas sob o altar sejam exclusivamente de mártires.
Sobre este antiqüíssimo costume, nos dá Dom Guéranger uma sintética resenha histórica: Nos primeiros séculos da Idade Média, realizava-se a triunfal transladação das relíquias destinadas a entrar no altar, as quais até então se encontravam na tenda do exílio; no Oriente, é este o arremate glorioso da consagração das igrejas. […] Entre os gregos, o Pontífice deposita as santas relíquias no tabuleiro sagrado e as leva acima de sua cabeça, honrando como temível mistério esses restos preciosos, pois o Apóstolo disse dos fiéis: “Vós sois o corpo de Cristo e cada um, de sua parte, é um dos seus membros” (1 Cor 12, 27). No Ocidente, até o século XIII e mais tarde, encerrava-se no altar, com os Santos, o próprio Senhor em seu Corpo Eucarístico. “Era a Igreja unida ao Redentor, a Esposa ao Esposo”, diz São Pedro Damião. Era o acabamento final, a passagem do tempo para a eternidade 5.

Santidade do altar

Em virtude da unção, o altar se torna símbolo de Cristo, o “Ungido” por excelência, pois o Pai o ungiu com o Espírito Santo e o constituiu Sumo Sacerdote, para oferecer no altar de seu Corpo o sacrifício da vida pela salvação de todos. Por isso, desde tempos remotos, o altar foi cercado de respeito e veneração pelos cristãos: Um lugar santo é o altar cristão.

Chamavam-no sanctus, divinus, regalis, tremendus. S. João Crisóstomo: admirabilis. S. Gregório Nisseno ensina que o altar é tão santo que nem todos, mas só os sacerdotes, e estes só com reverência, o podem tocar. Beijavam-no. Os imperadores Teodósio e Valentiniano proibiram trazer armas nas igrejas e junto dos altares. […] Desde o século IV, o altar tinha o privilégio de asilo 6.

A santidade do altar exige, daqueles que dele se aproximam na liturgia uma correspondente santidade de vida: Eles devem possuir a pureza da consciência e o perfume da boa reputação, que são simbolizados pelo santo Crisma, composto de azeite e de bálsamo. Devem ter uma consciência pura, para poderem dizer com o Apóstolo: “Nós temos a glória de que nossa consciência nos dá testemunho de uma boa reputação” (2 Cor 1, 12).

Diz ainda São Paulo: “Importa também que [o Bispo] tenha o bom testemunho daqueles que estão fora da Igreja” (1 Tm 3, 7).

E São Crisóstomo acrescenta: “Os clérigos não podem ter mácula alguma, nem em sua palavra, nem no seu pensamento, nem nas suas ações, nem na sua opinião, porque eles são a beleza e a força da Igreja: se eles fossem maus, eles A maculariam por inteiro” 7.

A unção com o Crisma

A unção do altar é feita com o Crisma, como explica Dom Guéranger: O óleo confere ao cristão, pelo segundo Sacramento, a perfeição de seu ser sobrenatural, faz também os reis, os sacerdotes e os pontífices. Por todas essas razões, o óleo santo, por sua vez, flui abundantemente sobre o altar, que é o Cristo Chefe, Pontífice e Rei, para dEle, como fez a água, atingir as paredes, a igreja inteira. Com efeito, doravante o templo é efetivamente digno do nome de igreja; pois, assim batizadas, assim consagradas com o Homem- Deus na água e no Espírito Santo, as pedras com as quais ele foi construído representam ao vivo a assembléia dos eleitos, ligados entre si, e com a Pedra Divina, pelo indestrutível laço do amor 8.

Em seguida, também a igreja é ungida, nas doze cruzes fixadas nas quatro paredes do edifício, em sinal de triunfo, pois, a Cruz é o estandarte de Jesus Cristo e a insígnia de sua vitória. É para mostrar que este local está sob o domínio do Senhor que elas são insculpidas nas paredes. A unção da igreja significa que ela está dedicada, toda inteir

a e para sempre ao culto cristão. As unções são doze para significar que a igreja é a imagem de Jerusalém, a cidade santa, da qual está dito no Apocalipse: “A muralha da cidade tinha doze fundamentos, e neles os doze nomes dos doze Apóstolos do Cordeiro” (Ap 21, 14).

Incensação do altar e da igreja

Depois do rito da unção, coloca-se sobre o altar um fogareiro para queimar o incenso ou os perfumes, simbolizando com esse ato que o sacrifício de Cristo, perpetuado ali sacramentalmente, sobe até Deus como suave aroma, juntamente com as orações dos fiéis. A incensação de todo o espaço da igreja indica ser ela, pela dedicação, uma casa de oração. Também os fiéis são incensados, por serem “templos vivos de Deus” (Cf. 1 Cor 3,16-17; Ef 2, 22).

Iluminação festiva

Procede-se, por fim, à iluminação festiva da igreja, pois Cristo é a luz para iluminar as nações. As doze velas colocadas no lugar das unções são acesas em sinal de alegria. Postas diante das cruzes, elas simbolizam os doze Apóstolos que, pela Fé no Crucificado, iluminaram o universo, o instruíram e o inflamaram de amor.

Ao dedicar a igreja de Santa Maria da Nova Evangelização, em Roma, o Papa Bento XVI destilou com mestria o simbolismo mais profundo desses belos gestos litúrgicos: O outro aspecto que quereria mencionar aqui são os doze fundamentos da cidade, sobre os quais estão inscritos os nomes dos doze Apóstolos. Os fundamentos da cidade não são pedras materiais, mas seres humanos, são os Apóstolos com o testemunho da sua Fé. Os Apóstolos permanecem como os fundamentos essenciais daacendemos nas paredes da igreja, nos lugares onde serão feitas as unções, evocam precisamente os Apóstolos: a sua Fé constitui a verdadeira luz que ilumina a Igreja. E, ao mesmo tempo, é o fundamento sobre o qual ela está alicerçada. A Fé dos Apóstolos não é algo antiquado.

Uma vez que é verdade, é também o fundamento sobre o qual nos encontramos, é a luz através da qual vemos 9.Em seguida, dá-se continuidade à celebração Eucarística.


As pedras vivas da Jerusalém Celeste

Cristão – lembra Dom Guéranger, em sua magistral obra -, pelo Batismo, tu te tornaste santuário de Deus. Que este dia de dedicação te recorde as consagrações que te arrebataram para fazer de ti o templo do Espírito Santo, para dar-te a Cristo, com o qual tua vida está doravante oculta no dulcíssimo e fecundíssimo segredo da face do Pai. Aprende a, em tua alma, cumular a Santíssima Trindade das homenagens devidas à sua presença.

Enfim, alma batizada e consagrada, lembra-te de que não estás sozinha no banquete do amor de teu Deus; de que a divina caridade que te une ao Cristo Esposo deve também juntar-te a seus membros, e aparelhar-te, pedra viva, preparada neste mundo para o lugar que será teu um dia, no edifício do nova cidade, da Igreja, por intermédio do ministério da sucessão apostólica: mediante os Bispos. As pequenas velas que santuário dos Céus. Aprende a adaptar- te à Igreja viva, a vibrar em uníssono com a grande Esposa, preparando- te para a eternidade, onde tua única e feliz ocupação será a de glorificar como ela a Deus, Pai, Filho e Espírito Santo, pelos séculos dos séculos 10.

1) SOLANS, Joaquín. Manual Litúrgico.
Barcelona: E. Subirana, t. I, p. 23.
2) GUÉRANGER, Dom Prosper. La Fête de La Dedicace des églises in L’année liturgique, pp. 258-259.
3) Sermo 336, 1.6; PL 38, 1471-1472.1475.
4) GUÉRANGER. Ibidem, p. 270.
5) GUÉRANGER. Ibidem, p. 271.
6) REUS, S.J., Pe. João Batista. Curso de Liturgia. Petrópolis: Ed. Vozes, 1944, p. 82.
7) VORAGINE, Jacques de. La Legende Dorée, Paris: Garnier-Flamarion, 1967, t. II, p. 450-451.
8) GUÉRANGER. Ibidem, p. 270.
9) BENTO XVI. Homilia durante a concelebração eucarística para a dedicação da igreja de Santa Maria Estrela da Evangelização, 10/12/2006.
10) GUÉRANGER. Ibidem, pp. 291-292.

(Revista Arautos do Evangelho, Abril/2008, n. 76. p. 18 à 23)

Fonte: Aráutos do Evangelho
Foto: Unção do novo Altar do Santuário Arquidiocesano dos Santos Reis, por sua Exelencia Rev. Dom Jaime Viera Rocha, em 06 de janeiro de 2022. Nos 40 anos de criação do Santuário.

Fé Católica | A veneração de Imagens



1. VENERAÇÃO DE IMAGENS


ACUSAÇÃO: Os católicos praticam a idolatria, fazendo e adorando imagens, o que Deus, proíbe na Bíblia, dizendo; "Não farás para ti escultura alguma do que está em cima nos céus, ou abaixo sobre a terra, ou nas águas, debaixo da terra"( Ex 20,4).

RESPOSTA: O mesmo Deus, no mesmo livro do Êxodo, manda Moisés fazer dois querubins de ouro e colocá-los por cima da Arca da Aliança ( Ex 25,18-20 ). Manda-lhe, também fazer uma serpente de bronze e colocá-la por cima duma haste, para curar os mordidos pelas serpentes venenosas ( Num 21,8-9 ). Manda, ainda, a Salomão enfeitar o templo de Jerusalém com imagens de querubins, palmas, flores, bois e leões ( I Reis 6,23-35 e 7,29 ), etc.

Seria uma grave blasfêmia desses "crentes" considerar Deus como incoerente, já que num lugar da Bíblia manda fazer imagens, esquecido que no outro lugar o teria proibido! Ora, os primeiros cristãos martirizados aos milhares porque se recusaram a adorar imagens de deuses falsos, estudaram a Bíblia com mais atenção e respeito. Eles não tiravam esses trechos proibitivos de seu contexto e, comparando-os com outros, ficaram convencidos de que Deus proíbe apenas fazer imagens de deuses falsos, e adorá-los, ¾ como o faziam os vizinhos pagãos, ¾ mas Ele não proíbe fazer outras imagens.

Eis o verdadeiro sentido desta proibição bíblica, no seu contexto: "Eu sou o Senhor teu Deus, que te fez sair do Egito, da casa da servidão. Não terás outros deuses diante de minha face. Não farás para ti escultura alguma do que (daqueles deuses, que na errada imaginação dos pagãos) está em cima nos céus, ou abaixo sobre a terra, ou nas águas, debaixo da terra. Não te prostrarás diante deles e não lhes prestarás culto, (à imitação dos pagãos) ( Ex 20,2-5). Esta proibição, intencionada por Deus, repete-se em vários lugares da Bíblia, como por ex. "Não adores nenhum outro deus"( Ex 34,14 ) ou "Não farás para ti deuses fundidos"( Ex 34,17).

Por isso os primeiros cristãos pintaram nas catacumbas muitas imagens das cenas bíblicas do Antigo e Novo Testamento e legaram, para a veneração dos séculos posteriores, as imagens de Cristo-Sofredor, na toalha de verônica, e no sudário sepulcral, guardado em Turim, na Itália.

Alguns santos dos primeiros séculos afirmavam que as imagens da Bíblia, da Via Sacra, de Jesus crucificado e dos Santos são o único "livro" que também os pobres e analfabetos entendem e aproveitam. Isso vale, ainda hoje, para milhões de pessoas.

O sentido da veneração das imagens, segundo a tradição dos Apóstolos, está resumido nesta bênção de imagens do Ritual Católico:

"Deus eterno e todo-poderoso, não reprovais a escultura ou a pintura das imagens dos santos, para que à sua vista possamos meditar os seus exemplos e imitir as suas virtudes. Nós pedimos que abençoeis e santifiquei esta(s) imagem (s), feita (s) para recordar e honrar o vosso Filho Unigênito e nosso Senhor Jesus Cristo ( ou: o (s) Santo (s) NN. Concedei a todos os que diante dela (s) desejarem venerar e glorificar o vosso Filho Unigênito ( ou: o (s) Santo (s) NN), que por seus merecimentos e intercessão, alcancem no presente a vossa graça e, no futuro, a glória eterna. Por Cristo, nosso Senhor Amém".

As Imagens, Por quê? O culto às imagens hoje em dia é muito discutida. As igrejas protestantes dizem se tratar de idolatria. Vejamos: O livro do Êxodo proíbe aos israelitas a confecção de imagens. Por quê? Porque poderiam dar a oportunidade dos israelitas imitarem os povos pagãos. Mas essa proibição não era de tudo. Deus mesmo mandou a confecção de Imagens. Não acredita, vejamos: EX 25,17-22: "Igualmente farás um propiciatório, de ouro puro; o seu comprimento será de dois côvados e meio, e a sua largura de um côvado e meio. Farás também dois querubins de ouro; de ouro batido os farás, nas duas extremidades do propiciatório. Farás um querubim numa extremidade e outro querubim na outra extremidade; de uma só peça com o propiciatório fareis os querubins nas duas extremidades dele. Os querubins estenderão as suas asas por cima do propiciatório, cobrindo-o com suas asas, tendo as faces voltadas um para o outro; as faces dos querubins estarão voltadas para o propiciatório. E porás o propiciatório em cima da arca; e dentro da arca porás o testemunho que eu te darei. E ali virei a ti, e de cima do propiciatório, do meio dos dos querubins que estão sobre a arca do testemunho, falarei contigo a respeito de tudo o que eu te ordenar no tocante aos filhos de Israel." É Deus mandou a construção de dois querubins... Por isso a Bíblia costuma dizer que "Javé está sentado sobre os querubins" (cf 1sm 4,4; 2Sm 6,2; Rs 10,15; Sl 79,2; 98,1). Existem outras leituras que eu aconselho a fazer para um melhor esclarecimento. Abaixo vão as leituras e uma breve descrição: 1 Rs 6,23-28: O texto menciona os querubins postos junto à Arca da Aliança no Templo de Salomão. 1Rs 6,29s: As paredes do Templo de Salomão foram revestidas de imagens de querubins. Nm 21,4-9: O Senhor Deus mandou confeccionar a serpente de bronze para curar o povo mordido por serpentes. 1Rs 7,23-26: O mar de bronze colocado à entrada do palácio de Salomão era sustentado por 12 bois de metal. 1Rs 7,28s: Havia entre os ornamentos do palácio de Salomão imagens de leões, touros e querubins. Os próprios judeus compreenderam que a proibição de fazer imagens era condicionada por circunstâncias transitórios, de modo que aos poucos foram introduzindo o uso de imagens nas suas sinagogas. Vide o caso, por exemplo, da famosa sinagoga de Dura-Êuropos, na Babilônia, na qual estavam representados Moisés diante da sarça ardente, o sacrifício de Abraão, a saída do Egito e a visão de Ezequiel. Já é o suficiente???? Não, então tem mais.... Pelo ministério da Encarnação, sabemos que Deus quis dirigir-se aos homens por meio da figura humana de Jesus, o Messias. Este, por sua vez, quis ilustrar as realidades invisíveis através de imagens, inspiradas pelas coisas visíveis: assim, utilizou parábolas e alegorias que se referiam aos lírios do campo, à figueira, aos pássaros do céu, ao bom pastor, à mulher que perdeu sua moeda, ao filho pródigo... Mais: a evolução dos povos, que foram aprimorando sua cultura, tornou menos sedutora a prática da idolatria. Isso tudo fez com que os cristãos compreendessem que a proibição de fazer imagens já cumprira seu papel junto ao povo de Israel; doravante prevaleceria a pedagogia divina exercitada na Encarnação, que levava os homens a passar das coisas visíveis ao amor pelas invisíveis. A meditação acerca das fases da vida de Jesus e a representação artística das mesmas tornaram-se recursos através dos quais, o povo fiel procurou se aproximar do Filho de Deus. Em conseqüência, os antigos cemitérios cristãos (catacumbas) foram decorados com diversos afrescos, geralmente inspirados em textos bíblicos: Noé salvo das águas do dilúvio, os três jovens na fornalha cantando, Daniel na cova dos leões, os pães e os peixes restantes da multiplicação feita por Jesus, o Peixe - Ichthys -, que simbolizava o Cristo... Nas igrejas, as imagens tornaram-se a Bíblia dos iletrados, dos simples e das crianças, exercendo função pedagógica de grande alcance. É o que notaram alguns escritores cristãos antigos: "O desenho mudo sabe falar sobre as paredes das igrejas e ajuda grandemente" (São Gregório de Nissa, século IV). Brigas na casa de Deus!!! Nos séculos VIII e IX, verificou-se na Igreja uma disputa em torno do uso das imagens - a luta iconoclasta. Por influência do judaísmo, do islamismo, de seitas e de antigas heresias cristológicas, muitos cristãos do Oriente puseram-se a negar a legitimidade do culto das imagens. Os imperadores bizantinos tomaram parte na querela, mais por motivos políticos do que por razões religiosas. A controvérsia foi levada ao Concílio de Nicéia II (787); este, com base nos raciocínios de grandes teólogos como São João Damasceno, reafirmou a validade do culto das imagens; culto de veneração, e não de adoração, é preciso ressaltar. O culto das imagens é, portanto, relativo; só se explica na medida em que é tributado indiretamente àqueles representados pelas mesmas...

Pe. Vicente, SVD
fonte: puc-pr

 

Sermão do Natal do Senhor (S. Leão Magno - Sermão 23)

 


Por S. Leão Magno (Séc V).

(P.L. 54, 199 ss)

Já muitas vezes, caríssimos, ouvistes falar e fostes instruídos a respeito do mistério da solenidade de hoje; porém, assim como a luz visível enche sempre de prazer os olhos sadios, também aos corações retos não cessa de causar regozijo a natividade do Senhor.

Jamais devemos deixá-la transcorrer em silêncio, embora não possamos condignamente explaná-la, pois aquela palavra: “a sua geração, quem a poderá explicar?” 1 se refere certamente não só ao mistério pelo qual o Filho de Deus é co-eterno com o Pai, mas ainda a este nascimento em que “o Verbo se fez carne” 2.

O Filho de Deus, que é Deus como seu Pai, que recebe do Pai sua mesma natureza, Criador e Senhor de tudo, que está presente em toda parte e transcende o universo inteiro, na seqüência dos tempos que, de sua providência dependem, escolheu para si este dia, a fim de, em prol da salvação do mundo, nele nascer da bem-aventurada Virgem Maria, conservando intacto o pudor de sua mãe. A virgindade de Maria não foi violada no parto, como não fora maculada na conceição, “a fim de que se cumprisse – diz o evangelista – o que foi pronunciado pelo Senhor, através do profeta Isaías: Eis que uma virgem conceberá no seu seio e dará à luz um filho, ao qual chamarão Emanuel, que quer dizer Deus conosco” 3.

O admirável parto da sagrada Virgem trouxe à luz uma pessoa que, em sua unicidade, era verdadeiramente humana e verdadeiramente divina, já que as duas naturezas não conservaram suas propriedades de modo tal que se pudessem distinguir como duas pessoas: não foi apenas ao modo de um Habitador em seu habitáculo que o Criador assumiu a sua criatura, mas, ao contrário, uma natureza como que se adicionou à outra. Embora duas naturezas, uma a assumente e outra assumida, é tal a unidade que formam, que um único e mesmo Filho poderá dizer-se, enquanto verdadeiro homem, menor que o Pai 4 e enquanto verdadeiro Deus, igual ao Pai 5.

Uma unidade dessas, caríssimos, entre Criador e criatura, o olhar cego dos arianos não pôde entender, os quais, não crendo que o Unigênito de Deus possua a mesma glória e substância do Pai, afirmaram ser menor a divindade do Filho, argumentando com as palavras (evangélicas) que dizem respeito à forma de servo 6.

Ora, o próprio Filho de Deus, para mostrar como essa condição de servo nele existente não pertence a uma pessoa estranha e distinta, com ela mesma nos diz: “eu e o Pai somos uma só coisa” 7

Na natureza de servo, portanto, que ele, na plenitude dos tempos, assumiu em vista da nossa redenção, é menor do que o Pai; mas na natureza de Deus, na qual existia desde antes dos tempos, é igual ao Pai. Em sua humildade humana, foi feito da mulher, foi feito sob a Lei 8, continuando a ser Deus, em sua majestade divina, o Verbo divino, por quem foram feitas todas as coisas 9. Portanto, aquele que, em sua natureza de Deus, fez o homem, revestiu uma forma de servo, fazendo-se homem; é o mesmo o que é Deus na majestade desse revestir-se e homem na humildade da forma revestida. Cada uma das naturezas conserva integralmente suas propriedades: nem a de Deus modifica a de servo, nem a de servo diminui a de Deus. O mistério, pois, da força unida à fraqueza, permite que o Filho, em sua natureza humana, se diga menor do que o Pai, embora em sua natureza divina lhe seja igual, pois a divindade da Trindade do Pai, do Filho e do Espírito Santo é uma só. Na Trindade o eterno nada tem de temporal, nem existe dissemelhança na divina natureza: lá a vontade não difere, a substância é a mesma, a potência igual, e não são três Deuses, unidade verdadeira e indissociável é essa, onde não pode existir diversidade.

Nasceu pois numa natureza perfeita e verdadeira de homem o verdadeiro Deus, todo no que é seu e todo no que é nosso. “Nosso” aqui dizemos que o Criador criou em nós no início, e depois assumiu para restaurar. O que, porém, o sedutor (o demônio) introduziu e o homem, ludibriado, aceitou, isso não teve nem vestígio no Salvador, pois comungando com nossas fraquezas não participou dos nossos delitos. Elevou o humano sem diminuir o divino, dado que a exinanição em que o Invisível se nos mostrou visível foi descida de compaixão, não deficiência de poder.

Assim, para sermos novamente chamados dos grilhões originais e dos erros mundanos à eterna bem-aventurança, aquele mesmo a quem não podíamos subir desceu até nós. Se, realmente, muitos eram os que amavam a verdade, a astúcia do demônio iludia-os na incerteza de suas opiniões, e sua ignorância, ornada com o falso nome de ciência, arrastava-os a sentenças as mais diversas e opostas. A doutrina da antiga Lei não era bastante para afastar essa ilusão que mantinha as inteligências no cativeiro do soberbo demônio. Nem tampouco as exortações dos profetas lograriam realizar a restauração de nossa natureza. Era necessário que se acrescentasse às instituições morais uma verdadeira redenção, necessário que uma natureza corrompida desde os primórdios renascesse em novo início. Devia ser oferecida pelos pecadores uma hóstia ao mesmo tempo participante de nossa estirpe e isenta de nossas máculas, a fim de que o plano divino de remir o pecado do mundo por meio da natividade e da paixão de Jesus Cristo atingisse as gerações de todos os tempos e, longe de nos perturbar, antes nos confortasse a variação dos mistérios no decurso dos tempos, desde que a fé, na qual hoje vivemos, não variou nas diversas épocas.

Cessem, por isso, as queixas dos que impiamente murmuram contra a divina providência e censuram o retardo da natividade do Senhor, como se não tivesse sido concedido aos tempos antigos o que se realizou na última idade do mundo. A Encarnação do Verbo podia conceder, já antes de se realizar, os mesmos benefícios que outorga aos homens, depois de realizada; o ministério da salvação humana nunca deixou de se operar. O que os apóstolos pregaram, os profetas prenunciaram; não foi cumprido tardiamente aquilo a que sempre se prestou fé. A sabedoria, porém, e a benignidade de Deus, cem essa demora da obra salutífera, nos fez mais capazes de nossa vocação, pois o que fora prenunciado por tantos sinais, tantas vezes e tantos mistérios, poderíamos reconhecer sem ambigüidade nestes dias do Evangelho. A natividade, mais sublime do que todos os milagres e do que todo o entendimento, geraria em nós uma fé tanto mais firme quanto mais antiga e amiudada tivesse sido antes sua pregação. Não foi, pois, por deliberação nova ou por comiseração tardia que Deus remediou a situação do homem, mas, desde a Criação do mundo instituíra uma e mesma causa de salvação, para todos. A graça de Deus, que justifica os santos, foi aumentada com o nascimento de Cristo, não foi simplesmente principiada. E esse mistério da compaixão, esse mistério que hoje já enche o mundo, fora tão potente em seus sinais prefigurativos que todos os que nele creram, quando prometido, não conseguiram menos do que os que o conheceram realizado.

São assim, caríssimos, tão grandes os testemunhos da bondade divina para conosco que, para nos chamar à vida eterna, não apenas nos ministrou as figuras, como aos antigos, mas a própria Verdade nos apareceu, visível e corpórea. Não seja, portanto, com alegria profana ou carnal que celebremos o dia da natividade do Senhor. celebra-lo-emos dignamente se nos lembrarmos, cada um de nós, de que Corpo somos membros e a que Cabeça estamos unidos, cuidando que não se venha a inserir no sagrado edifício uma peça discordante.

Considerai atentamente, caríssimos, sob a luz do Espírito Santo, quem nos recebeu consigo e quem recebemos conosco: sim, como o Senhor se tornou carne nossa, nascendo, também nós nos tornamos seu Corpo, renascendo. Somos membros de Cristo e templos do Espírito Santo e por isto o Apóstolo diz: “Glorificai e trazei a Deus no vosso corpo” 10. Apresentando-nos o exemplo de sua humildade e mansidão, o Senhor comunica-nos aquela mesma força com que nos remiu, conforme prometeu: “Vinde a mim, vós todos, que trabalhais e estais sobrecarregados, e eu vos reconfortarei. Tomai o meu jugo sobre vós e aprendei de mim que sou manso e humilde de coração, e encontrareis repouso para vossas almas” 11.

Tomemos, portanto, o jugo, em nada pesado e em nada áspero, da Verdade que nos guia e imitemos na humildade aquele a cuja glória queremos ser configurados. Que nos auxilie e nos conduza às suas promessas quem em sua grande misericórdia é poderoso para apagar nossos pecados e completar seus dons em nós, Jesus Cristo, nosso Senhor, que vive e reina pelos séculos dos séculos. Assim seja.

Fonte: Veritates Explendor

Papa Francisco chora ao lembrar da guerra na Ucrânia

 

O Papa Francisco levou sua mensagem anual por ocasião da Solenidade da Imaculada Conceição na Praça Pizza di Spagna, neste dia 08 de dezembro. Durante a mensagem o Papa ao citar o agradecimento do povo Ucraniano “Gostaria – disse – hoje de trazer a vocês o agradecimento do povo ucraniano, pela paz que há muito pedimos ao Senhor”. Disse o Santo Padre.

Com informações: Twitter do Vatican News

sexta-feira, 25 de novembro de 2022

Santo do Dia | Santa Catarina de Alexandria

 

Catarina nasceu no ano 287, em Alexandria, onde recebeu uma ótima formação cristã. É uma das mais célebres mártires dos primeiros séculos, venerada pela Igreja Ortodoxa como uma grande mártir, e na Igreja Católica é reverenciada como um dos catorze Santos Auxiliadores.

Diz a lenda, que o pai era Costes, rei de Alexandria. Aos 17 anos, Catarina era a mais bonita e a mais sábia das jovens de todo o império; essa sabedoria levou-a a ser muitas vezes invocada pelos estudantes. Anunciou que desejava casar-se, contanto que fosse com um príncipe tão belo e tão sábio como ela. Esta segunda condição embargou que se apresentasse qualquer pretendente.

“Será a Virgem Maria que te procurará o noivo sonhado”, disse-lhe o ermitão Ananias, que tinha revelações. Maria aparece, de fato, a Catarina na noite seguinte, trazendo o Menino Jesus pela mão. “Gostas tu d’Ele?”, perguntou Maria. -“Oh, sim”. -“E tu, Jesus, gostas dela?” -“Não gosto, é muito feia”. Catarina foi logo ter com Ananias: “Ele acha que sou feia”, disse chorando. -“Não é o teu corpo, é a tua alma orgulhosa que Lhe desagrada”, respondeu o eremita. Este instruiu-a sobre as verdades da fé, batizou-a e tornou-a humilde; depois disso, tendo-a Jesus encontrado bela, a Virgem Santíssima meteu aos dois o anel no dedo; foi isso que se ficou chamando, desde então, o “casamento místico de Santa Catarina”.

Ansiosa de ir ter com o seu Esposo celestial, Catarina ficou pensando unicamente no martírio. Conta-se que ela apresentou-se em nome de Deus, diante do perseguidor, imperador Maximino, a fim de repreendê-lo por perseguir aos cristãos e demonstrar a irracionalidade e inutilidade da religião pagã. Santa Catarina, conduzida pelo Espírito Santo e com sabedoria, conseguiu demonstrar a beleza do seguimento de Jesus na sua Igreja. Incapaz de lhe responder, Maximino reuniu para a confundir os 50 melhores filósofos da província, que, além de se contradizerem, curvaram-se para a Verdade e converteram-se ao Cristianismo, isso tudo para a infelicidade do terrível imperador.

Maximino mandou os filósofos serem queimados vivos, assim como à sua mulher Augusta, o ajudante de campo Porfírio e os duzentos oficiais que, depois de ouvirem Catarina, tinham-se proclamado cristãos. Após a morte desses, Santa Catarina foi provada na dor e aprovada por Deus no martírio, tendo sido sacrificada numa máquina com quatro rodas, armadas de pontas e de serras. Isto aconteceu por volta do ano 305.

Historiadores contam que o corpo de Santa Catarina foi levado pelos anjos ao Monte Sinai, onde, anos mais tarde, em honra à mártir, foi construído o Mosteiro de Santa Catarina por ordem do imperador bizantino Justiniano I.

Considerada padroeira dos estudantes, filósofos e professores, o culto a Santa estendeu-se por todo o mundo. A Universidade de Paris escolheu a santa como padroeira, e no Brasil é considerada padroeira do Estado de Santa Catarina.

A festa em honra a Santa Catarina foi incluída no calendário pelo Papa João XXII (1316-1334).

Santa Catarina de Alexandria, rogai por nós!

Referências:
Livro ‘O Santo do dia’ – Dom Servilio Conti, I.M.C

 Fonte: Canção Nova

segunda-feira, 22 de agosto de 2022

A catequese da Criação


Para iniciar a discussão deste tema, indicamos a seguinte Leitura Básica: Gn 1,1-31; 2,1-25; 3,1-24.

Conhecemos a história da criação através da Bíblia, no Primeiro Testamento. “No princípio DEUS criou o céu e a terra” (Gn 1.1), quando nada existia, nem o tempo. DEUS rompeu o silêncio com sua palavra. Palavra criadora. Esta palavra divina, viva e eficaz, deu início a tudo que existe e vive.

É necessário, porém, compreender que o Gênese não se trata de um livro de história secular, nem tampouco de um manual da evolução biológica com a finalidade de apresentar as origens do mundo e da humanidade. Seu autor teve em vista apresentar um ensinamento religioso que determina as relações entre o homem e o seu Criador.

O texto foi escrito em forma poética, com uma linguagem simples e figurada, adequada ao povo que vivia naquela época, mas preservando para sempre os seguintes ensinamentos:

  1.  Deus é o criador do mundo e a sua obra é perfeita.  
  2.  Cada parte do meio ambiente tem sua finalidade, existindo todos os seres em uma relação de harmonia e interdependência.  
  3. A humanidade é o ponto mais alto da Criação. 
  4. O homem é moldado por Deus, à Sua imagem e semelhança, e animado com um sopro de vida. A mulher é companheira do homem, com igual dignidade. Devem formar um só ser e constituir uma família, vivendo em comunidade.  
  5. O homem descansa verdadeiramente quando se volta para Deus, dando graças por todas as suas criaturas. Somente Nele encontramos o repouso necessário.  
  6. O paraíso é viver em harmonia e amizade com Deus, que nos dá todas as coisas.  
  7. O abuso da liberdade e o desejo de poder leva o homem a desobedecer o mandamento de Deus, estabelecendo o pecado original.  
  8. Através dos tempos, percebemos que onde o pecado abundou, a graça superabundou. Pois Deus nos dá seu Filho Jesus, que nos livra do pecado e nos devolve a vida eterna.


Ainda hoje Deus continua criando e conservando o universo. Ou seja: continua falando para nós através das coisas e das pessoas. Oferecendo-nos a sua criação, Ele dá-nos também a inteligência e o poder de aperfeiçoá-la.

O maravilhoso em nossa vida não é que nada possamos fazer sem o auxílio de Deus, mas que Ele não queira fazer nada sem nosso auxílio. Sobretudo, não é a ação que nos torna feliz, mas o fato de estar ao lado do Senhor para fazer-lhe a vontade.

Percebemos pela narração do Gênese que Deus não precisa de nós, mas estabeleceu seu plano de amor contando conosco!


Para refletir:

Vimos então que DEUS criou o homem belo, perfeito. Você foi criado à imagem de DEUS. Vimos a descrição do paraíso. Porque será que o mundo é exatamente o contrário daquilo que deveria ser? Quem é responsável? Como está você, à imagem de DEUS hoje? O que é necessário você romper hoje para que se torne uma imagem de DEUS? Se joguem nas mãos de DEUS e deixem-se modelar como o vaso nas mãos de um oleiro…

Fontes: Bíblia Sagrada, Edição Ave-Maria. / Catecismo da Igreja Católica, Edições Loyola, 1999. / Site: http://www.catequisar.com.br

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